domingo, fevereiro 26, 2006

Gloriari Totale

Primeiro, uma imensa força da Natureza, reencarnando o Espírito da Águia mas com os dentes parecidos com os do Luisão, devorou meia península inglesa.
Hoje, apesar de ser feio e desagradável, para quem vê, estar a bater em mortos, fomos obrigados a incinerar o adversário no Inferno da Luz. Não era para menos depois das mirabolantes insinuações que se têm feito ouvir (mas que já mais se fazem sentir). Se há coisa pior é dor de parte da testa com maior densidade óssea.
"Ah... isso foi contra o Liverpool, agora o Porto..."
Comparar o Liverpool ao Porto, enfim... apenas há que relembrar que o Liverpool também se veste de vermelho.

Esta gente habituada a coisas pequenas confunde-se quando está perante um Benfica. É compreensível, é como obrigar os garotos da escola preparatória a fazer contas de multiplicar (porque com o Benfica as contas são sempre para se ficar ainda maior) com números grandes. Estão mais habituados a fazer contas de adicionar ou subtrair com números miúdos e depois ficam confusos e baralhados sem saber o que fazer com tamanho número.

Para quê palavras?
Que justificações arranjar para uma verdade irrefutável? Para um Benfica absoluto que é tudo e total? Para um Benfica que é Kamehamé?
Benfica és o máiore!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Profissão de Extremo Risco

Horda de pigmeus selvagens, por sinal esta era uma das tribos mais violentas e radicais do mundo, canibaliza-se ferozmente para conseguir levar um chocolate. Os mais perigosos são, sem dúvida alguma, os da sub-raça "velhas con settenta netus" cujo grito de guerra: "é mais um que é pró meu netinho (apesar de já terem pelo menos cinco na alcofa, juntamente com prospectos de várias religiões e para cima de trinta e dois sacos de plásticos vazios), está-me a chamar mentirosa? Tenho idade para ser sua avó!" faz estragos por onde ecoa. Também nunca pensei que houvesse tanta "gente" com familiares acamados, que estão "muito mal", que precisam de uma amostra de chocolate com trinta e sete gramas para se curarem e alcançarem a felicidade absoluta. Se eu não der, desejam-me a mesma sorte e agoiram contra mim até à oitava geração.






Felizmente, apesar de ter os membros superios completamente atrocidados pelas suas unhacas, consegui safar-me, fugindo desesperadamente para o lado contrário ao foco da acção de markting... as colegas tiveram que trepar a estação de Metro senão dificilmente aguentariam tamanha compressão e calcamento.

Quase que garanto que todas as guerras mundiais começaram com um simples "é o último chocolate...!" ou "já acabaram!".

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Razza Mixturata

Para primeiro post do ano, vou relatar muito brevemente o meu dia de trabalho.

Tinha como missão distribuir comida para cão. Daqueles barras para os cães roerem e supostamente lavarem os dentes.
Lá estava eu às 7 da manhã no Terreiro do Paço para oferecer os meus serviços.

Avisei alguns amigos o que iria fazer hoje com "amanhã vou dar comida de cão aos pretos".

Racismo à parte, disse isto a pensar que quem estava a esta hora em tal local, só podia ser quem trabalha que nem um preto, logo eu também sou preto por lá estar e não tem sentido estar a ser racista comigo mesmo (embora haja brancos que se castigam e martirizem por não serem arraçados de bijagós porque assim não podem sentir verdadeiramente o hip-hop, a revolta contra o não sei quê que lhes dá para fazer aquelas coisas relatadas no Correio da Manhã). Com esta conclusão, de me considerar preto, deitei por terra a quase totalidade dos argumentos que muitos tinham para me acusar de racismo.
Jamais pensei que aquilo que disse seria uma profecia.


Uma das coisas que me despertou muita curiosidade foi saber que mais de 90% da população que por ali passou tem dois ou três cães, mas o que mais me espantou foram umas certas senhoras que à minha insistência, repetiam sempre a mesma cantilena:
- Eó tênhu doish minino!
- Só posso dar um por pessoa...
- Eó tênhu doish minino!

Aqui já reflecti sobre as suas palavras e corrigi as minhas palavras:

- Oh minha senhora... isto é comida para cão!
- Eó tênhu doish minino!
- Comida, cão!
- Eó tênhu doish minino!

Com tamanha e hipnótica retórica o que poderia eu fazer?
Lá acabei por lhe fazer a vontade e dei-lhe quatro pacotes.


Outros iam buscar por buscar... e por ser dado tentavam levar o maior número possível, só por levar e para que os outros não levassem mais que eles.
Por vezes era rodeado por um eclipse que, talvez por hábito, ia lá buscar com extrema ferocidade apesar de não saber o que se tratava.

Mais tarde cheguei à irrisória conclusão que há muito humanoide que circula no nosso país que desconhece por completo o nosso dialecto.
Em alturas separadas, vi uns três senhores, que vinham de uma das minas de carvão da margem sul, a debaterem-se ferozmente com as barras que, ao analisar pelas suas suas expressões, se colam bastante aos dentes.


Também eu trouxe algumas das amostras, não para consumo próprio, mas como prenda a uma criatura fantástica que é minha vizinha, a Zuca!


Se eu tivesse o mesmo tipo de influência nas moças como tenho nela... "mô amigo!" certamente que o meu estatuto seria extraordinariamente invejável. Para muitos, é de uma inestimável valia chegar ao pé de alguém do sexo oposto e esse alguém deitar-se instantaneamente de barriga para o ar com as pernas abertas.

Fico-me por aqui... não consegui pensar noutro sentido para a última frase senão o mais brejeiro, perverso e ruim.



Post mais curto que este, só ficando a dever letras e cada vez que o leitor abrisse o blog desaparecia metade das letras do último texto aberto no seu computador.