terça-feira, junho 01, 2004

O Dia da Criança

Hoje peguei num papel, enquanto esperava pelo metro, para escrever umas ideias sobre o meu dia, o Dia da Criança. Ideias essas que se tinham formado ao longo do curto trajecto para a estação (sub-entendido que tenho metro à porta de casa), mas a música de Pan Pipes genérica que lá tocava, no local de embarque, acabou por me fazer uma lavagem cerebral com aspiração, sabão extra e polimento, já para não na vontade de me atirar para a linha que cada vez era mais forte. Fui salvo e liberto do transe pelo apito que anunciava a chegada do comboio.

Ao chegar ao Campo Grande, com a entrada de umas amigas engraçadas, lá recuperei, apesar delas terem saído logo na estação a seguir, na Cidade Universitária, deu para revitalizar a mente. Lembrei-me então dos tempos em que a escola ia todo em peso à Feira Popular para dar uma volta no carrocel mais barato, apesar de serem todos à borla, éra-nos dito que só podíamos andar naquele. Geralmente era um carrocel com cavalos pintados de azul, verde ou vermelho e eram vigiados por um espanhol barrigudo, cabelo seboso, hálito a Zyklon B provocado pelas gengivas corroídas, ar de pedófilo e respondia ao nome de "sr. Henriquez".
O espanhol mudou-se para o Sri Lanka por ter a sua actividade com crianças mais facilitada, a feira popular já não existe...

Por falar em pedófilo... o Paulo Pedroso já não vai a julgamento e vai processar os pretensos difamadores. Um amigo meu (como tem sido hábito no meu blog, irei manter o anonimáto, apenas, e para ajudar à narração, irei apelidá-lo de Tó Zé) ficou desgostoso e completamente destroçado com a notícia... não parava de se lamentar e questinar sobre a justiça da vida, "Como é posível isto acontecer...? E agora os ténis... os ténis? Terei que os devolver?". Ficou um bocadito mais animado quando o confortámos que o Hugo Marçal não iria reclamar a camisola do Jardel, o que é estranho porque o Tó Zé é do Benfica.

E pronto... lá se passou mais um Dia da Criança... ainda tentei pedir um balão a um palhaço mas o bobo saltimbanco afastou-os do meu alcance e com ar desconfiado aidna perguntou com voz de Olavo Billac, "Diga?"

Porra... nem um cabrão de um rebuçado ganhei...