segunda-feira, agosto 07, 2006

Alguma Terminologia Biológica

Há várias maneiras de nos sentirmos vivos. Algumas requerem métodos avançados e exigências muito específicas para obtenção de resultados.
Não é minha intenção neste post falar sobre as várias alternativas de sentir o fluxo da vida.


Uma das mais eficazes porém, é estar a ver o filme "A Mosca" com a mesma atenção e concentração que dispus quando vi o filme pela primeira vez em 1989 (o filme estreou-se em 1986 mas só deu no tuvisor mais tarde). Só isto claro que não chega... é preciso levar com um besouro na bochecha direita no preciso momento em que a personagem interpretada pelo Jeff Goldblum (o cientista Seth Brundle), espreme as unhas contra o espelho. Este improvável sincronismo só não me fez soltar águas régias porque esse procedimento já tinha sido feito de forma controlada momentos antes. Provavelmente foi aí que a existência extraterrestre entrou dentro de casa (em Almoster a retrete é quase exterior). O que me faz uma certa confusão, é o motivo que levou o besouro a ter embirrado comigo... não sou propriamente um candeeiro aceso para ele ter ficado fascinado com a minha presença.

Foi pena na altura, não ter conseguido saborear essa adrenalina que é sentir-me vivo. Estava mais ocupado a esgrimir no vazio contra o inimigo invisível do que a ter pensamentos filosóficos.

Como é sabido de todos (é tão óbvio que quase que nem merecia a pena escrever o que lá vem, mas como há muito ignorante a ler isto (daqueles que vão comer a rodízios e saem de lá satisfeitos com as "ricas saladas", irra! rodízio é carne), é preferível cultura a mais que a menos, o meu blog existe para isso mesmo, iluminar os pouco iluminados), o besouro é criatura da família Pterygota Neoptera Coleoptera que muitas vezes é confundida, erradamente, com a espécie Gran Cornutus da família Homo Filha da Putissis.

Estes últimos, os Gran Cornutus, têm a particularidade de nunca morrerem, daí a confusão com o escaravelho do Egipto (o besouro é tão parecido ao escaravelho que ninguém reparou que os troquei, repudiados que estavam a olhar para estas criaturas).
Refiro-me àqueles escaravelhos que fazem bolas de esterco (com uma larva sua lá depositada) e que os antigos julgavam imortais. O Gran Cornutus não tem nem a amabilidade nem a delicadeza de morrer e é constituído da matéria das bolas que os do Nilo constroem como incubadoras.


Estou certo que se o apanhasse à traição, tal como ele fez comigo e com 75% dos alunos inscritos na cadeira, no último teste de Sinais e Sistema (repare-se como consegui mudar engenhosamente o sentido do texto e ainda omitir habilmente a quem me refiro), e o apunhalasse 88 vezes, ele jamais morreria. É tão falso que mesmo que o cortasse em porções de 370 gramas cada, e destruísse cada uma delas de diferentes maneiras, é garantido que no dia a seguir a besta estaria em pleno exercício das suas funções.

Não há volta a dar-lhe. Mesmo assim apresento, por mero registo histórico (não faço ideia porque é histórico, mas cá vai na mesma), algumas das hipóteses que me pareceram viáveis para tentar eliminar e suprimir os produtos do esquartejamento do "soutour": Contaminar a malga, do que se assemelha a carne, com ébola; Derreter com ácido; Triturar,misturar com álcool e puxar fogo; Transformar em produtos anti-rugas para chinesas gordas e transpiradas; Fibra para recauchutar pneus; Transformar em acendalhas para lareira; Fabricar esponjas de banho para partes púbicas de pigmeus. Enfim uma infinidade, limitada pela quantidade de matéria disponível, de tentativas frustradas.


Trata-se, com toda a certeza, de uma linhagem de uma extraordinária pureza da espécie. Infelizmente, tais apuramentos, pelos processos consanguíneos que envolvem, acarretam alguns problemas genéticos. Ao fim de algumas gerações, os indivíduos, por terem o sanguem envelhecido, tornam-se deficientes e estéreis. Ora se a primeira "qualidade" é uma certeza, a segunda origina e prova a sub-espécie "Gran Cornutus", neste caso muito específico Homo Filha da Putissis Gran Cornutos "IST SS-06" (IST é relativo à população, SS ao local da colheita e 06 o ano da mesma).

Pode, à primeira vista, parecer que houve uma certa falta de cortesia da minha parte ao ter escrito o nome Homo Filha da Putissis Gran Cornutus. Nada mais errado. Apenas referi a correcta designação cientifica atribuída a estas peculiares criaturas. Não é de estranhar o facto, a título de curiosidade, que quem baptizou a espécie, tenha sido eu.