terça-feira, setembro 08, 2009

Orthographia Panisgæ

Estava o meu grande amigo JPS a passear-se pelas avenidas glamourosas de Tavira, enquanto ouvia o álbum Body Talk dos desviantes Imagination no seu leitor de cassete portátil, quando, lambendo lentamente de forma provocante e libidinosa o seu gelado sem açúcar de papaia/kiwi, se deparou com um escândalo. Lançou um olhar arrebatador e, não resistindo, enviou-me de impulso e por MMS, a fotografia que de seguida exponho:



Que falta de elegância e consideração, dar uma palmada destas nesse bem tão precioso que é a ortografia portuguesa. Estes indecorosos estrangeirismos ultrapassam os limites da falta de siso. É evidente que a expressão:
"per moçao" vem do termo francês "pour moçon", onde o "pour", se lê "per".
Traduzido à letra, nada mais significa que:
"para moço" ou "para rapaz".

De certo se trata de uma loja de roupa para gente jovem, cujos proprietários são descentes de emigrantes portugueses. Isto é, uma loja de imigrantes franceses adamados.

Queriam anunciar o seu produto, suponho que calções curtos e, mais que justos, apertados nas partes traseiras e frontais, os tais de corte paulpour tiano, para pré adultos modernos e, por desconhecimento, colocaram o que está à vista de todos.

"Per moçao" não quer dizer "para rapagão" ou "para moço grande". Significa "para moção", ou seja, e reforçando um pouco a ideia de há poucas linhas atrás, roupa usada pelo CDS-PP quando apresenta uma moção de censura ao governo.

domingo, setembro 06, 2009

Aritmética Rodoviária

Cenário:
Viagem numa autoestrada com curvas pouco acentuadas e longas rectas, percurso com perto de 150km com partida às 23.30 após um jantar carregado, não há rádio no carro.

Condutor: eu.
Pendura: pai.
Pendura de reserva: mãe.

Tese 1:
Dado o cenário apresentado, ir entre os 110 e os 120 km/h e ir falando para evitar a monotonia e a sonolência, é a melhor opção. Encurta-se ligeiramente o tempo e o enfado da viagem.

Tese 2:
Ir a 90 km/h, em silêncio para se estar mais concentrado na condução. Poupando-nos assim a despistes incontroláveis, fruto da distracção, que só irão dimanar um número de mortes tão grande que nem o vão conseguir quantificar. Para além do mais, o traço dos 110 km/h, apesar de estar entre os 90 e os 130, está mais perto dos 170 km/h do que se julga. Quem paga as multas é o condutor.

Mesmo eu dizendo, sabendo por experiência própria de muitas aulas assistidas de barriga cheia, que quanto maior a concentração, maior o passo na espiral cónica que nos aspira irreversivelmente para o sono profundo que nem um narcótico pesado.

Problema:
Para provar que alguém tem razão, é necessário um acidente rodoviário suportando irrefutavelmente uma das teses.

Pergunto-me agora, qual será a opinião do estimado leitor, e presumo que raro que nem um hipopótamo anão, tem sobre este assunto?

Infelizmente falseei os resultados dopando-me com quase uma garrafa de 2 litros de refrigerante gaseificado de extractos vegetais, aromatizantes (incluindo cafeína) e corante caramelo E-190d. Não foi possível tirar qualquer conclusão e a experiência acabou por ser invalidada.

Eu sei que o meu pai faz de propósito e o propósito, passo a redundância, é só um: que eu saia de casa. Já tenho idade para sair da casa dele, mesmo sabendo que ele não é auto-suficiente numa infinidade de actividades.