quarta-feira, janeiro 24, 2007

Κολοσσού της Ρόδου - Colosso de Rodes


Acabrunha-me a ignorância e cultura de muitos que se dizem "gnurantes" e cultos. Para melhorar o Mundo (eu penso sempre através da grandiosa Dimensão Benfica), sinto-me obrigado a preencher certas lacunas (salvo seja), com bens tão preciosos como o conhecimento e a sabedoria.

Solto duas simples perguntas para agitar um pouco a inércia mental daqueles para quem a Natureza foi madrasta:

Quem ou o que foi o "Colosso de Rodes"? Como seria realmente chamado pela população e qual a sua verdadeira função?

Começo por recordar as voluptuosas figuras femininas que se colocavam na proa das embarcações. Segundo muitos, era para dar sorte aos navegantes, servir de aríete para afundar navios inimigos ou, entre muitas outras hipóteses, para os marinheiros, longe do conforto e abrigo dos telhados das suas casas, terem com que contar telhas durante as viagens mais longas e desgastantes, evitando assim o contratempo de atracarem (aonde tivesse que ser, isto de hormonas com escorbuto é uma mistura extremamente perigosa que leva muitos à loucura) ou terem que ir a terra para cronometrarem a sua prestação com uma clepsidra.

Tirando a última das possibilidades, a de comburente para remar com a batuta, todas as outras não poderiam estar mais erradas.

Para quem não sabe, clepsidra é um relógio de água. A sua origem remonta (aqui o termo "remonta" pode ter vários sentidos, todos eles válidos, tendo em conta o assunto em questão/debate) aos tempos babilónicos (a Babilónia nada tem a ver com isto, mas o termo soa bem) em que uma rameira grega de nome Klepsýdra, com vista a rentabilizar o seu negócio, inventou este simples mas engenhoso dispositivo para contabilizar eficazmente o tempo de "serviço" dos seus clientes. As primeiras versões não passavam de um copo com um pequeno buraco no fundo, posto a flutuar numa terrina com água (a mesma que era usada para rociar as partes decadentes após o banquete). Assim que a água engolisse o copo, a franquia a cobrar passava para o escalão seguinte, mais caro no total, mas com uma relação preço tempo de "utilização" mais em conta para atletas de fundo.

Os que tentavam fazer render os sestércios ou tinham o cobre à mingua, eram agora obrigados a vazar sem demora. Dando lugar a um dos muitos que aguardavam impacientemente um atendimento que, segundo o slogan iluminado com lamparinas de azeite, colocado à porta de entrada do estabelecimento, era de máxima discrição e sigilo.

Klepsýdra não ganhou nenhum prémio com o seu invento, mas facturou (nos vários sentidos da palavra) a dobrar. O seu nome, como "profissional" que era no seu ramo, certamente seria esquecido. Segundo consta nas escritas, aquela geringonça não caiu muito bem no meio dos seus frequentadores. Tratando-se de uma profissão que nunca se extinguiu, existe desde o início do Início, a invenção tem passado pelas gerações de "profissional" em "profissional". Algumas permitiram uma fuga de informação e o segredo passou também para alguns homens, geralmente os filhos. Alguns, sem terem mais nada para fazer, acabaram por ser meus professores.


Por explicar fica o facto histórico de os franceses não terem figura feminina nos barcos e davam-se muito bem com longas estadias em mar alto. Como satisfaziam qualquer necessidade hormonal que viesse para atrapalhar?


Agora, que mais de metade dos leitores (como se isto fosse lido por todos ao mesmo tempo) já se dispersou e foi À procura de pornografia na Internet, é a altura pertinente de perguntar qual a relação existente entre o Colosso de Rodes e as figuras femininas nos barcos?

Pois bem, as tais imagens eram a senha de entrada para o porto da ilha grega Rodes. Era essa mesma senha que "activava" o Rodes.

Rodes, de costas meio arqueadas, mãos nas ancas e de águia ao peito, ao ver as reluzentes e bordajonas figuras femininas nos barcos, ficava entusiasmado que nem King Kong para Ann Darrow.

Um escamartilhão em cobre com núcleo em aço de tamanho tenebroso, parte submerso parte exposto, era a barreira intransponível que fazia a filtragem dos navios que entrariam no porto.

Um ininterrupto guinchar ensurdecedor do metal a vergar vindo da verga metálica, dava início à abertura da entrada no porto

Uma palpitante e assombrosa trave ficava em riste, autorizando a entrada na baía portuária. A sombra originada era tão vasta e extensa que diminuía a temperatura da água a ponto de provocar a migração das espécies da região cada vez que o porto se abria..


Quando o portal estava "armado" era um poleiro de luxo para muitos pássaros, quando estava em "guarda" era algo impossível de trepar (a escolha desta palavra não é de todo inocente), até para o mais arisco e teimoso dos esquilos.

Muitos, pelo fraco potencial da figura que transportavam (falsificações na maioria dos casos), viam as suas embarcações afundadas por não aguentarem a sebe fálica no ar o tempo suficiente para conseguirem passar. Ora morriam esmagados pelo cair do malho em cima, ora eram afundados pela onda de choque provocada pelo impacto na água do rápido decaimento daquela barreira levadiça.


Porque motivo Rodes ruiu? A versão do terramoto que vem na História não passa de uma pequena invenção para encobrir a civilização "grega" do escândalo a que estaria sujeita, anos mais tarde, com o aparecimento da inquisição. Assim o abalo sísmico era como que um castigo dos Divinos (na altura eram todos politeísta, até os ateus o eram).
Entendidos na matéria dizem que o seu desaparecimento se deveu a um Inverno mais rigoroso que permeabilizou a invasão romana. Um corrente de água fria permitiu que a entrada do porto ficasse a descoberto, reduzindo o "colosso" a uma mera coluna do estilo jónico.

Nem a mais fogosa das figuras de um barco conseguia meter Rodes operacional. Os romanos, cientes da oportunidade, aproveitaram e fizeram História.

Com a sua virilidade reduzida a tão pouco, Rodes encontrou o desequilíbrio, tombando de costas. A sua hegemonia durou 56 anos.

Findo assim mais um post que não podia ser curto dada a matéria abordada. Tira-se a conclusão que o verdadeiro nome, foi durante muito tempo, "O Colosso do Rodes", por o "colosso" ser o dínamo do Rodes.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Persona Mundu

Perguntei-me a mim mesmo várias vezes e ao longo de uma ternidade (só não foi durante uma eternidade porque não sou eterno, logo foi durante uma ternidade, não tenho culpa que os dicionários ainda não tenham a palavra), qual será o homem mais culto do Mundo? Que entidade terá um tão vasto e profundo conhecimento das coisas e do Universo que lhe confira este título?

Pois bem, se vos inquieta a mesma dúvida, não se chaguem mais na busca da resposta... só pode ser um o escolhido: Eládio Clímaco

Este homem narrou tantas horas de documentários televisivos que seriam precisas duas vidas inteiras para os conseguir ver a todos de seguida. Tem uma sapiência tal que nem o mais instruído e marrão dos catedráticos o poderia superar.
É poético o contraste entre a violência visual explícita do festim sexual de uma numerosa "sociedade" de Bonobos com a delicadeza e romantismo do discurso do orador.

Chamo-lhe homem no sentido figurativo porque está muito para além disso, é um cavalheiro à antiga, de uma extrema cortesia e educação. Quem nunca se inspirou na sua galante lábia para abordar a elegida? Eu já e nunca resultou...


Mas ainda há uma arma secreta para arrasar a concorrência (os que arrumam livros nas bibliotecas ou os tipógrafos podem ser um exemplo válido). Um trunfo com poder de fogo inigualável, o Eládio Clímaco possui um curriculum invejável (diria mesmo inalcançável) de anos a apresentar os Jogos Sem Fronteiras.

Que saudades de ter a família toda reunida a assistir aos Jogos Sem Fronteiras que até tinham direito ao Hino da Eurovisão?

Momentos de pura magia e arte vinham daquela caixa que naquela altura ainda transmitia (apesar da "culpa" ser do tuvisor) a preto e branco em muitos lares portugueses...

Isto da televisão a preto e branco tem várias implicações: a mais óbvia é que sou um ser já meio antigo e datado a ponto de ainda ser do tempo da televisão a preto e branco (é uma Era perigosamente perto da Era pré-electricidade) e a menos proeminente (porque muitas vezes não se dava por isso) era estarmos a torcer pelos espanhóis e a festejar quando um português se escalavrava todo nas bordas de uma piscina convencidos que estávamos que era de um espanhol que se tratava.

Mesmo assim Portugal é o segundo país com mais vitórias nos Jogos Sem Fronteiras com 5, precedidos da Alemanha com 6. Os espanhóis, até mesmo com alguns portugueses a torcer por eles, apenas conseguiram uma vitória. E depois Espanha é mais desenvolvida que Portugal... haja paciência.

Lembro-me do nome dos Juízes Internacionais, o Gennaro Olivieri e o Guido Pancaldi, mas não me lembro do "homem do apito": "Atoncion! Demi, pré?" e o homem lá dava início à prova.


Claro está que ser o mais culto do Mundo não faz dele o mais respeitado e admirado do Mundo. Refiro ao nosso tão querido Júlio Isidro. E digo nosso porque todos nós temos um cantinho especial no nosso coração guardado para o Júlio Isidro (desde que descobri que ele é meu vizinho em Almoster que vou para lá sempre com a esperança de me encontrar com Sua Magnanimidade).

Se houvesse um combate entre o Júlio Isidro e Eládio Clímaco, apostaria toda a minha fortuna no primeiro... o juiz desta partida única seria certamente o Nicolau Breyner e a menina da placa com o número do round só poderia ser a grande Rosa Mota. E digo única não só pela singularidade dos atletas de elite em causa, mas por ser um combate até à morte, como os gladiadores no Circus Maximus. Não pela mera crueldade do espectáculo, mas por imposição da lei da sobrevivência imposta pela cruel Natureza. A Terra é pequena para a coexistência destes dois titãs.

O hino de entrada na arena ainda não está dado como certo, mas possivelmente será um épico do Avô Cantigas ou dos compositores da música da Rua Sésamo.