terça-feira, dezembro 14, 2004

Mastodonte Cardioplegia

Recebi um pequeno aviso que seria melhor actualizar o blog... este foi-me enviado pelos Deuses e de ínicio confundido com o terpidar normal de o elevador, visto que estava na cabine do mesmo e estava a chegar ao andar de destino. Sim, falo do sismo, se assim se pode chamar. Eu hoje como dormi 12.30 horas (deitei-me era meia noite e meti o despertador para as 9... lembro-me de ter carregado nums botões para "dormir mais um quarto de hora" e de ter acordado às 12.38) andei todo acanhado como se tivesse vestido um fato pressurizado a 8 G's (até estar quieto cansava) e portanto estava inerte a qualquer interacção com o mundo exterior. Tudo estava difuso e muito distante.

O que achei curioso foi, quando voltei à rua, observar um ligeiro pânico nas ruas: "vamos morrer!!!", "Satanás está abrir rocha e vem lá do profundo Inferno!!!" não... estou a exagerar! Foi a atitude das pessoas, tirando um grupo de "gentinha" (os que desceram as escadas aos gritos e quase a chorar porque vinha lá o "armageddon") que tendia a não sair do pátio da alameda e não tirava olho do cimo dos prédios para ver se ainda abanavam ou se caíam matando todos os teimosos que lá permaneceram apesar dos seus avisos e recomendações ("é bem feita! Eu bem os avisei que isto ia tudo abaixo... eu sei muito bem como é que estas coisas funcionam! Sim, porque vivi durante muito tempo em França e eles lá é que têm muitas coisas destas. Isto de tremores de terra é coisa de país evoluído, nada que aconteça nesta pasmaceira." Já agora... a frase antes do parêntesis é do tipo "apneia"), o resto do povo tinha o seu tema de conversa todo centrado no abalo tectónico: "a minha casa foi abanada com uma força... aquilo era assim... «zum-zum» (gestos violentos como quem sacode abelhas dos braços)", "o movél da sala arredou-se um metro d'onde estava", "a minha televisão, que é dessas grandes e modernas, ia sendo cuspida contra a parede", "foi tão violento que o Algarve ia sendo engolido pelo mar e o Porto desmoronando...". Outros ainda falavam do sismo de 1755 e outros sobre o que viram num canal temático e ainda havia quem mandasse vir com que não sentiu uma "coisa daquelas". Já para não falar dos que teimavam em dizer que tinha sido o metro a passar mesmo depois de ter sido anúnciado no telejornal que tinha sido um sismo de 5,4 na escala de Ritcher.

Se ao invés de aviso, tivesse sido a ira dos Deuses que me protegem, aí sim teria sido um sismo. Um abalo de dimensões dantescas enviado pela cólera dos criadores do Universo, um grito da Terra que traria o caos ilimitado e a destruição incomensurável. Aí sim, podia-se dizer que se tinha sentido uma ligeira trepidação, mas nada que nos preocupe ao ponto de não pararmos de falar sobre o assunto.


Como foi prometido ao magnânimo e imponente Zé «Grande Mestre Feiticeiro», e também como arquivo histórico, vou relatar um pouco do Estoril Historic Festival 2004 onde vi automóveis que transformaram, naqueles dias, a minha realidade num estado de vigília inconsciente. Ir para além do breve relato iria condicionar a parca hipótese de raparigas lerem isto... que safou da!

O que importa sim, é que foi um fim de semana verdadeiramente emocionante (adorei mesmo e não me meti para ali a dizer "ai que bom, ai que agradável" só para fazer jeito), assisti a várias corridas de veículos realmente históricos e belos, os autênticos automóveis (estava lá um carocha e um Lancia igual ao meu... antes de aparecerem piadas nas vossas cabeças amofinadas pela Besta). Lá vi belas peças de arte e de mecânica como os cromos raros da Fórmula 1 (Lotus que tinha sido pilotado pelo Nigel Mansel, um McLaren pilotado pelo John Watson, um Tyrrel pelo Jackie Stewart, um Ferrari do Gilles Villeneuve, um Copersucar do Emerson Fittipaldi, de entre os que reconheço como pilotos de F1 (também estava lá um RAM de 1983 que foi pilotado pelo Jean-Louis Schlesser, mas esse conheço mais do Paris-Dakar)), Jaguar E-Type a correr e em exposição (era mesmo gracioso e elegante), um Mercedes SL300 com 50 anos em exposição (este é certamente dos carros mais belos alguma vez construídos... foram produzidos 1400 e custavam o preço de uma moradia), carradas de Minis Cooper S (os verdadeiros, com dois depósitos de gasolina e com dois carburadores especiais) quer a correr quer em exposição, Mustangs que muita gargalhada me proporcionaram quando uns 7 ou 8 foram ultrapassados no fim da recta da meta por um Mini... e dizer isto aos meus colegas que desde que viram o «dá fést ain dá furriós» são peritos em automoveis e o Mustang não há quem o "pape" (inventaram desculpas ridículas para o facto do Mini os ter ultrapassado: "o piloto do Mustang era um granda nabo..." -eram 8 Mustangs e não 1, "o Mini estava todo mexido" -os Mini só podiam levar o mesmo tipo de preparação que os Mustang, "tu viste-me o «Tu Fést Tu Furriós»?" (disseram-me isto com ar triunfante e depois começaram com umas hitórias de "nitro" escondido e recusei continuar a compartilhar o que vivi)).

Aliás... o que mais me espantou foi ao contar isto a alguns desses colegas que se dizem homens (há uma forte suspeita que a válvula unidireccional do esfíncter ou esteja estragada ou tenha sido alterada à marretada de corneta para suportar uma conexão bidereccional), estes (que é só um mas assim posso desviar a conversa se o confrontar pessoalmente) começarem a falar do Saxo Cup como se fosse «a grande máquina»... para quem viu Formula 1 com motores cujas rotações ao relanti andam entre as 4.000 e as 5.500 rpm e cujo "redline" nunca mais aparece... um Saxo? Os limites máximos de um são os limites mínimos do outro.

É que a Formula 1 na televisão é uma coisa, agora ao vivo... eu, que tinha acesso à pitlane, consegui ficar no resguardo mesmo no meio da recta da meta (onde estão uns marmanjos com as placas com o tempo dos pilotos). Senti aquelas magnificiências a deslizar tão perto de mim num estrondo de sensações. Vê-los era quase impossível para o olho humano. Até fiquei arrepiado e transtornado tão mítica era a sua passagem... o ruído ensurdecedor que me trespassava quase me arrancava a alma com a velocidade (já para não falar dos ouvidos que ficaram acampaínhados).

A delicada elegância com que estes veículos abordavam as curvas parecia a de uma bailarina francesa adolescente a dançar ao som do Lago dos Cisnes num disco de vinil de 33rpm tocado a 78rpm (45rpm não eram suficientes para demonstrar a velocidade)

Para além da Formula 1 e das várias corridas de clássicos (Ferrari 250 GTO e 275 GTB, Aston Martin Project, MGB, Corvette de '62, Lotus Elan e Elite, Shelby 350 GT, Marcos GT, TVR Griffith, Porsche 911, Jaguar E, De Tomaso Pantera (ficou famoso porque o Elvis tinha um, é italiano com motor americano e cospe fogo pelos escapes cada vez que há uma redução nas rotações), BMW 2002 Alpina, Ford Escort MKi, AC Cobra (e os seus ruídosos motores), e um Daimler Benz 300 SEL com motor de 6 litros... entre outros) e das motas históricas também houve aquele que, certamente, foi um dos pontos altos deste evento. Foi, sem dúvida, o “Slalom Michelin Rali de Portugal”, acontecimento que recriou a prova de fecho daquele que foi o nosso grande rali do Campeonato do Mundo, outrora denominado como “O Melhor Rali do Mundo”.

Tinham os mini-Minis (Minis cortados, sem os lugares de trás) na sua classe própria porque "limpavam" aquilo tudo se estivessem com os outros. As primeiras vezes eram bonitos de se verem... depois irritavam por fazerem aquilo tudo direitinho, à primeira e sem espalhafato. O que a malta quer é algazarra: muito barulho, muita borracha queimada, saidas e enganos no circuito, que eles derrubem muitos pinos e obstáculos, que façam tangentes aos muros sem intenção, isso é que nos faz levantar das bancadas e bater palmas, nos faz sentir emoção e adrenalina no corpo. Tudo isto junto só foi possível com os Ford Escort, Lotus Cortina, Lotus Talbot, Datsun 1200 e o Alfa Romeo SZ (o único que vi ao vivo até hoje... fiquei perturbado ao recordar quem adorava o carro e já não o poderá ver) do Rodrigo Gallego (que para quem não sabe, é português e é o actual campeão de TGP (F1 clássicos, "Thoroughbred Grand Prix")).

Muito engraçado foi quando choveu (teria sido muito mais engraçado se eu não tivesse ficado à chuva sem chapéu...), que proporcionou um grande bailado de Datsuns 1200 (tracção traseira) nos "ésses" do Autódromo do Estoril. Mas o que me fez rir mais, ou pelo menos deu vontade de bater em alguém, foi ouvir, quando a chuva ainda se aproximava lá ao fundo, um "cavalheiro" ao meu lado dizer: "oh pah ela... até deita fumo, depois não é de admirar que hajam tantos incêndios!"

Eu e o meu amigo Vencilis, só nos imaginávamos: "E agora vinham ter com a gente e diziam que precisavam de dois pilotos para uma prova qualquer... e agora era mesmo verdade", "e agora por sermos simpáticos e muito bonitos uma velha rica dáva-nos um carro destes à escolha". No fim já nos contentávamos se alguém nos deixasse dar uma voltita numa mota miniatura que estava lá à venda e que só os meninos ricos tinham acesso.


Tanta excitação e comoção vivida, originou-me um aperto na bexiga. Mas assim que ouvi a ignição de um F1 que se encontrava a um metro de mim(e não mais de 1.05 metros), tal constrangimento acabou por desaparecer naturalmente devido à adrenalina bombeada em altas doses directamente no sistema nervoso a um rítmo que apenas me permitia inspirar emitindo um pequeno som gutural, expirar era algo fora das minhas limitadas capacidades. Olhos de tal forma abertos que só não me caíram porque bateram nos meus novos óculos "Jorge Armando". Estranho foi o "quentinho agradável" que senti nas pernas... ainda está por explicar.

Bom, talvez não seja assim tão difícil de explicar... momentos antes tinha ido "órinar" para me vangloriar que já tinha expelido líquidos pela uretra na retrete do Autódromo Fernanda Pires da Silva (gosto muito desta palavra... "retrete", deixa o lateiro que há em mim falar). O quentinho era originário dos escapes do bólide que, de pulmões cheios, sopravam monóxido e dióxido de carbono misturados com muita gasolina mal queimada.

Muitos, ao lerem estas últimas linhas, pensaram certamente que se tratava de um regresso meu à meninice. Enganam-se... embora com muita pena minha.


Esta paixão por automóveis remonta a esses tempos, aos tempo do infantário. Onde, dos meus brinquedos preferidos, constavam pneus usados amontoados no pátio. Os pneus maiores eram os mais apreciados, porque ganhavam mais balanço e podiam ser decisivos numa corrida, nem que fosse no mau sentido... às vezes não tínhamos "unhas" para o pneu, as pernas fraquejavam e começavam a ficar para trás, e ao tentar controlar o acelerado aro de borracha, dávamos por nós num estonteante "drift" de barriga, cuja fricção no chão nos aquecia ao ponto de deixar ferida, calcanhares a rentar a nuca, e claro, as mãos, que cuspiam a pouca gravilha que não ficava agarrada à carne, e os braços, de cotovelos rasgados nas mangas, permaneciam ambos esticados para a frente num último desespero para agarrar o potente veículo e a honra na corrida. Tempos tristes vivem as crianças de hoje. Só podem brincar, se assim se pode chamar, com produtos aprovados pela UE... quem não sente saudades da zona da oficina no infantário? Onde bastava a educadora desviar o olhar e já estava um a guinchar de extrema e descomedida agonia depois de ter mutilado um ou mais dos seus pequeníssimos dedos com o martelo... à "pala" desta recordação soltei uma gargalhada abafada num local dedicado ao estudo onde o culto pelo silêncio é exigído (já não basta estar no curso em que estou e a fama que ele acarreta, que não contente com isso, devo andar sempre a "queimar-me" sem ter consciência dos meus actos).

Tinhamos livre acesso a substâncias psicotrópicas (quem é a pessoa, que se diz pessoa, que nunca comeu ou plasticina ou sabão azul, lambeu sticks de cola UHU ou encheu a boca de tinta?) que nos permitiam falar com os espíritos da casa e que também nos proporcionavam umas boas corridas, que eram mais levitações a grandes velocidades pela sala de "aula" que outra coisa. A sala... com as paredes repletas de desenhos que nos dias de hoje nos parecem dois traços semi-rectos e um meio curvo mas na altura eram suficientes para representar, com exactidão queiroziana, a família a visitar o Mosterio dos Jerónimos, num dia de sol forte em que se pediram, três cones com duas bolas de gelado cada (e seus respectivos sabores). O pedido, como facilmente se discernia com uma breve análise ao desenho, tinha sido feito numa carrinha de gelados conduzida por um homem de boné vermelho com uma estampagem barata de um urso polar a subir a um iceberg. Era ainda possível aos mais perspicazes, notar que o mais pequeno elemento da família tinha a camisola suja de gelado de frutos silvestres.


Eram tempos tão belos esses da infância, onde tudo era tão simples... não havia problema que aguentasse mais de 18 segundos na nossa cabeça e quanto a raparigas eram só para levantar as saias (apesar de não percebermos para que o estávamos a fazer... deve ter sido algum velho que nos ensinou a troco de rubeçados, para puder estar a ver o festim "lá do fundo"), nada destas complexidades e enleios que nos acabrunham nos tempos que correm (não tem o significado que pensam ao tirar pelo ínicio da fonia da palavra). E eu, que era uma paz de moço, um cachopo muito atinadinho, que era o exemplo dado por muitas senhoras de idade para os netos dela.

Quando os outros meninos me chateavam ou me contrariavam, com um ar muito tranquilo enquanto os olhava na raiz dos olhos, e como se estivesse a fazer o melhor para os dois (assim a vítima ganha-nos uma certa confiança, fica à vontade e mais serena de espírito, é uma sensação idêntica à sentida pela gazela quando é hipnoticamente fitada pelo leão antes de este atacar) enfiava-lhes o dedo indicador pela cavidade ocular acima. Ficava logo o assunto tratado sem preocupações e sem burocracias de maior.

Era eu também quem tinha os desenhos mais bonitos da sala... quem, por algum instante, os tinha melhores que os meus, os seus apareciam estranhamente riscados por obra do acaso. Eu, com olhos reluzentes de bambi atropelado, prontificava-me a ajudar na procura do culpado. Se tinham o azar (sim, o azar era deles e não meu) de o meu "boneco" aparecer riscado, era sinónimo que muitos meninos iriam ter com a educadora a berrar em baba e ranho (que já escorria por aquele "bibe" aos quadradinhos azuis ou cor-de-rosa e com um botão de cada feitio), com ambas as mãos das pestanas, ao passo que eu estava sentado a brincar com as plasticinas muito sossegadinho, com ar de que não é nada comigo na sua variante "ar de quando cá cheguei já ele estava assim nessa fantochada".

Tempos belos esses em que todos nós desconhecíamos o racismo e a descriminação. Era a época da inocência, todas as nossas acções eram puras, simples e livres de preconceitos.

Lembro com saudade o trabalho de área-escola do 5º ano, em que o projecto consistia numa pequena manifestação contra o racismo. Desfilámos pelas ruas e avenidas de Alvalade ornamentados de vestimentas escuras, fios com bolotas e nozes, exibindo com aparato uma máscara castanho-nharro elaborada por nós (lembro-me, como se fosse hoje, que o que mais me custou fazer na altura, foi a carapinha em relevo...). Foi com esta mesma inocência que gozámos com o Hélder, com o Ilídio e com o Reginaldo por estes já estarem mascarados... tiveram todos 5 por estarem melhor caracterizados que os demais (claro... aqui já não há racismo, fomos descriminados em relação a eles, mas aqui já o SOS Racismo não intervém, tal como me desliga o telefone na cara quando lhes ligo a dizer que fui assaltado por 7 turras em plena camioneta na Costa da Caparica).
É que até a jogar ao "guélas" falavamos sem malícia: "Cãe hiéha jugare?" Ao que alguém protamente respondia -" éu mas carrádo" ou "héstu hóquei hemádu"... ah meninice que não voltas.



Lembrei-me de uma questão que me intrigava há uns tempos atrás e a qual me recordei à pouco tempo, por estar a reviver tempos passados: que fenómeno exotérico ocorreu no início do video amador (no tempo do 8 mm e das máquinas de projectar Eumig (que toda a gente tinha uma para projectar um filme mudo de desenhos animados, poucos eram os filmes e viam-se sempre como se fosse a primeira vez), este fenómeno, que vou introduzir já mais à frente, era muito raro porque as máquinas de filmar eram raras como causa do seu elevado preço e da revelação da fita não ser barata. Não havia portanto a vulgaridade de fazer "filmes amadores". O preço do meio de suporte da informação e da sua revelação originavam uma grande e séria ponderação sobre o "consumo" de fita. 15 minutos davam para testemunho de umas férias de 2 semanas num local nunca antes visitado e mesmo assim sobravam sempre 3 minutos que eram guardados para algum acontecimento "especial". Era impensável que um fim de semana na "terra" desse direito a 72 horas de "reportagem" onde até os "colhões" (passo a expressão) do burro era motivo de filmagem por aparentarem um maior volume ao da semana anterior. Filmar cerimónias "religiosas" de parentes afastados? Era o casamento ou baptizado do filho e mesmo assim eram 2 minutos no máximo para não cansar muito a máquina. Filmava-se os primeiros passos do filho e não a saga "Quando o Ruben era Pequeno" ("primeiras" quedas como tentativas de passos (Imaginem-se a ver um Best of João V. Pinto num DVD de duas horas), o puto a dormir num "curto" filme de 57 minutos (aquilo ou uma foto só diferenciava se a foto estivesse tremida), as primeiras laradas no penico...)) que obrigava as pessoas a andar dobradas, em frente à câmara de vídeo, a olhar para a objectiva que nem um gato a olhar fascinado para os farois acessos de um carro em movimento, momentos antes de uma fatídica projecção de 270 metros ou de uma prensagem, irrevogável pelo destino, num radiador anónimo?


Ou era um fenómeno paranormal provocado pela radioactividade do led vermelho da câmara de vídeo, que avisava que estava escrito "rec" no visor, em associação com a figura de um parolo barrigudo temporariamente vesgo de um olho, semi-careca (culpa da meia-idade), fazendo uma cara de agudo sofrimento para conter o ar no tórax e não tremer (tinha efeito contrário curiosamente... tal eram as "guinadas" oscilatórias que vitimizavam a gravação. Enumeras foram as visitas que perguntavam -"Foi filmado dentro do carro?" ou "Estava assim tanto frio ou estavas a assoar o obué (a mesma actividade de nome "dar corda ao palhaço" mas mais frenética e descontrolada)?") ostentando tal misterioso aparelho?



Apenas após, ou após apenas, um ano tive direito a um pequeno incremento no número de comentários no blog... "sim sanhora!". Já passei o milhar de visitas mas muitas delas continuam a ser devidas ao resultado da combinação "Lenka preço certo em euros" em alguns motores de busca.

É preciso ganhar-se algum estatuto e, principalmente, ofender muita gente para se conseguir um comentário. Confesso que alguns dos comentadores (quase todos para precisar) foram forçados a comentar, uns sob ordem directa sobre coacção de represálias e outros por verem os seus nomes muitas vezes mencionados, mas também há quem o faça de livre vontade.

Quem deu a ajuda para este blog ser criado, prefere o sigilo do email para comentar, assim garante que as sentenças e identidade não sejam profanadas.

Tenho uns leitores fiéis que parecem apreciar o meu produto e nem é preciso avisá-los que fiz actualizações no blog porque vêem cá de livre vontade.

Depois tenho os leitores mais recentes... com esses é mais difícil de lidar porque esta juventude tem um humor muito especial... riem-se com coisas muito próprias lá deles. Espero que encontrem aqui motivos para se rirem, nem que seja de mim (neste caso é bom que andem com cabeças de coelho ao peito para evitar o mau olhado (Se leram os posts todos vão ver que esta já tem algum tempo)).

Há ainda aqueles (acabei agora mesmo de dizer um palavrão, que mais não é que o nome de um pássaro fenício ("Fovdvs Sasse"), após ter tentado partir uma bolacha dentro da boca para não me encher de migalhas e a bolacha se ter partido com um corte perpendicular ao que eu intencionava, pulverizando-me de estilhaços.) que assim que entram aqui nas "instalações" desta facécias (o dicionário tem cada palavra... eu com um vocabulário elementar de dois ou três grunhidos monossilábicos (que basicamente significam "comida", "água" e "canal do aparelho genital dos mamíferos-fêmeas que se situa entre a vulva e o útero" (Esta frase anterior tem certamente os conteúdos mais ordinários que escrevi até hoje...)) combinados, consigo arranjar sinónimos para quase tudo) dizem: "Ena, é tão grande (não escrevi isto com bons sentidos)... hoje não tenho tempo, mas amanhã já leio, tah?", "Escreves bués..." e depois remetem-se ao silêncio. Estes, que são a grande maioria, já sei que nunca vão ler isto.
Escrevi este post, certamente o maior que escrevi desde sempre (embora quantidade não signifique qualidade), a pensar nestes últimos... ou seja, acabei de me condenar a que esse grupo preponderante jamais passe das primeiras linhas. Mas não fiz mais que o que um garoto da Musgueira faria a alguém com quem não simpatiza, esticar-lhes o "mega" enquanto estam a virar as costas.


Há ainda aquela rede de malha fina para capturar uma melhor qualidade de leitores do meu blog. No ínicio do desenvolvimento deste post, pus um assunto menos atractivo aos olhos de uns, e só depois algo de "interesse" geral (como se o que escrevo interessasse a alguém). Assim garanto que quem leu o resto fê-lo com intenção e desígnio e não o fez de castigo. Vamos lá ver então, quantos chegaram até aqui, e quantos é que desses, estão dispostos a comentar de livre vontade. É que um blog que não seja lido, não tem razão de o ser...

terça-feira, outubro 19, 2004

Uma Volta no Carrocel Solar

É verdade... já lá vai um ano desde que me meti neste poço de descarga mental. É mais que certo ("mais que certo"... sendo o "certo" uma condição lógica - "0" errado, "1" - certo/verdade - como é possível ir além de uma coisa que é absoluta? Já arranjei motivo para contestação.... adiante) que jamais alguém se lembraria, ou repararia, que hoje faz um ano que meti aqui o primeiro post, mas cá estou eu com mais um.

Isto agora de ter um blog é uma coisa demasiado banal... toda a gente tem um! Na grande maioria dos casos metem um ou dois posts de nome "teste" e depois a coisa morre (amigo CÆSAR Metalleirvs, não é contigo). Outros, por seu turno, pensam que têm o melhor blog do mundo e passam os dias a contemplá-lo sempre com a esperança que têm um novo comentário (quem por esta altura já me incluiu no segundo grupo que se desengane... eu tenho consciência que isto não é lá grande obra, só escrevo palermices. Estou-me a larar para quem não gostar ou se sentir incomodado ou mesmo para quem isto não surte qualquer efeito). Existe ainda um crecente grupo que posta emails "cómicos"... daqueles que já recebemos em 2002, juntamente com 5 chain-letters, mas que é sempre agradável (+w naa +e i xaeakgi|, ups... estava agora a limpar o teclado e isto apareceu aqui. Também já me aconteceu tentar afastar um insecto do monitor com o cursor do rato. Isto de morar em frente a um jardim tens os seus pros e contras... há uns dias atrás tinha uma pequena osga na parede do quarto. Foi realmente fabuloso! Mas como não vivo sozinho tive que pedir desculpa ao recém-chegado hospede e mandá-lo suavemente pela janela) reler outra vez.

Não sei ao certo com que objectivo continuo a escrever aqui... para mostrar uma presumível criatividade minha não o é certamente visto que não preciso de provar nada a ninguém. Para cativar a simpatia de raparigas muito menos será, escrevo tanto de uma vez que cada post acaba por ganhar contornos a roçar «rés vés» Campo Santana os limiar do aborrecido ao invés do aprazível. Talvez seja para agradar a alguns amigos ou, mais simplesmente, para queimar tempo (o que é muito improvável, tenho mais coisas para o estoirar).

O que poderei eu escrever aqui para post? O regresso às aulas? Já o fiz mais ou menos no último post e apenas iria acrescentar que estou a aprimorar as técnicas de bocejar apenas com a narina contrária à posição do professor e a de me espreguiçar somente com os dedos dos pés.

Resta-me meter um pequeno excerto das minhas férias e do Estoril Historic Festival 2004 ao qual assisti ao vivo (eternamente grato Zé «Grande Mestre Feiticeiro» por tal dádiva, que o Espírito do Cavalo continue a correr livre nas planicies por ti. Não confundir com o Jezué Toinhó que, apesar de volta não volta ter as suas quebras (como qualquer um de nós as tem), não deixa de ser bom rapaz).
Por escassez de tempo irei optar apenas por falar das férias. Mas irei desenvolver o EHF em breve.


Havendo quem prefira ficar enclasurado numa cave gélida a repirar humidade e mofo, ambos cheios de fungos e de outras maleitas que se alojam nos locais mais recônditos da natureza humana (não percebi onde quero chegar...), com uma fugaz e eternitente luz artifícial, agarrado a uma caixa a quem chamam de "ordinatór", durante 15 horas seguidas, eu prefiro continuar em busca de mais um agradável passeio.
Este Verão fui três vezes a Portimão (já me estou a tornar fã). Agradeço aos amigos que me convidaram a lá ir («Sôr Lampreia», «Vencislis» e aos meus progenitores) e digo que adorei o acolhimento, sem discriminar nenhuma das estadias.

Recordo com especial carinho as idas de "cámiunete"... todos a passarem meticulosamente à frente para que os outros não lhes passarem à frente ("já os meus pais me encinaram, iducação acima de tudo... sempre mincinaram (esta gentinha dá muitos erros de ortografia e repetem-se muito) a respétar os óutres mas eista arraia jovem sãe uns malcriadões (...) e não se lhes pode facilitar, mas qué isto?"). O motorista a cortar bilhetes parecia que estava a dar milhos a pombos. Apesar de ter lá chegado mais cedo que muitos dos que entraram primeiro, fui o último a entrar. Mesmo asism era olhado como se tivesse sido o primeiro a entrar após ter passado à frente de todos.

Quando finalmente entrei (10:27) o "velho" que estava no meu lugar (teorema fundamental dos lugares de camionete: há sempre alguém no nosso lugar que teima em que aquele é o lugar dele porque entrou primeiro, não há lugares marcados ou porque eu sou um "malcriadão") já lhe estava a dar num "granda" prego no pão. Quando a camionete finalmente começou a andar a "velha" atrás de mim começou a rezar o terço com uma estridente rumorejante voz ("qué preciso éca gente chegue lá bem!"). Já no fim da Ponte 25 de Abril, estava um veículo de uma senhora com o "capôt", porta-bagagens, porta-luvas e portas todas abertas para apanhar ar e arrefecer (se está avariado tem que se abrir tudo o que der para abrir para dar a imagem "hollywoodesca" de avariado) a ser ajudada por um mecânico de bigode amarelado pelo cigarro sempre acesso no canto da boca, vestido com um fato de treino azul-escuro, com uma risca branca e um fechos daqueles que fazem uma marreca à frente, todo ele com ar de "isto é reparação para uns 600/700 óires" (é verdade... a falta de gasolina pode provocar danos irreversíveis a nível dos amortecedores e na direcção). Já para não falar no auxiliar do mecânico, barrigudo, calças de ganga lassas e em baixo, uma camisola da selecção com um colete amarelo flurescente com bandas reflectoras por cima, que passou o tempo todo a olhar, com ar de bloqueado mental, para os carros a passar.

Quando chegámos a Almada (10:58) veio mais uma remessa de gente. Uma das senhoras cumprimentou, toda radiante, os passageiros - "bom dia a toda a gente". A velhota que estava atrás de mim levantou-se a correr com uma banana na mão a pensar que era a primeira ida ao W.C.. Mal partímos, deu-se o caso do jogo.... 2 jovens, que estavam nos lugares da frente, levaram o caminho todo a levar nas orelhas por terem, passo a expressão, "cagado os assentos com iogurte". "Ainda nem há 10 minutos saímos e já estão a comer...em cada viagem que faço não posso mandar lavar o autocarro. Os senhores não gostam de encontrar o autocarro sujo quando entrão pois não?". Curioso foi a "velha da banana" a refilar lá para com ela - "jovens malcriadões... não fazem isto em casa deles" - enquando palitava os dentes com o mindinho (boca toda aberta, braço torcido e palma da mão para cima) e fazia barulhos de sucção ao contrair as bochechas, retirando enormes porções de plátano os quais eram colocados no forro do banco da frente, onde já anteriormente tinham sido colocados os "fios da casca" da banana.

Em Aljustrel (12:21), o homem do prego foi visto ostentando uma fenomenal geleira azul. Como é que esta malta consegue ir de camioneta até França se para uma viagem que nem percorrer meio Portugal, comem que nem ursos pardos em pré-hibernação?

Chegádos quase ao fim do trajecto, e em estrada mais sinuosa, a velha do banco de trás mais uma vez faz questão de me lixar o juízo. Agarrou-se ao meu banco, exalando um putrefacto bafo seco, de quem passou anos a inalar uma mistura de naftalina/cânfora com um forte hálito de quem comeu uma banana madurinha.
Por esta altura acabou-se me o guardanado de pastelaria onde estava a fazer o diário da viagem...

Relembro-me de outra peripécia em camionetas noutra ida para Portimão, desta vez na segunda ida.
Mal começou a viagem deu-me uma vontade de mijar daquelas que aparecem quando estamos a chegar a casa (efeito psicológico instantâneo que ocorre assim que estamos perto, mas não o suficiente, do mijatório) - "como é isto possível se ainda agora mijei?".
Ainda pensei pedir ao motorista mas como tinha cabeça (não apenas a cara portanto) de casmurro desisti da ideia. Foi então, num magnífico acesso da mais pura das inteligências e fruto de um raciocínio sagaz, que conjecturei - "ora ter vontade de mijar (repare-se na contínua utilização da palavra "mijar" para entoar o aflitivo aperto que sentia na bexiga) é contrário a ter sede... tal como seca é oposto de dilúvio.
Comi um pacote de bolachas Maria com mais de 8 meses de armário (secas que nem terra que foi à estufa) é o equivalente a induzir sede ao organismo.
Resultado... fui o resto da viagem com uma contínua necessidade fisiológica de carácter líquido a incomodar-me, boca de tal modo seca que até as gengivas gretavam e o céu da boca estalava de agonia e, para ajudar, parecia que o meu estômago estava a andar no Twister da feira-popular com um esófago a pedir vómito . Com isto tudo, levei cerca de 4 semanas a chegar a Portimão.

Em Portimão, mais propriamente na Praia da Rocha, reparei nalguns promenores curiosos: A Rainha do Artesanato vendia raquetes da "Costa Del Sol" e estava cheia de bolas e baldes, em plástico ordinário, com figuras alusivas aos Pokemon para a criançada levar para a praia; Índios da América Central criteriosamente ornamentados como os índios da América do Norte a tocar músicas do Richard Clayderman e dos Modern Talking em versão Chill-Out que mais parecia um midi desses que se encontram espalhados por essa internet fora; Por fim... lembro-me de um restaurante algarvio típico eu que o prato do dia ao longo de vários dias da semana e ao longo de várias semanas, foi sempre lombo de porcom assado com esparguete e ketchup (há quem prefira a salada, em vez do ketchup, como acompanhamento). De salientar a tradução para um inglês fluente - "assed pig meat with bolonoise sparghetti". Pronto... a tradução já foi invenção minha.

E assim termino o post que comemora o primeiro aniversário... reformulei o aspecto do blog, que agora tem uma foto tirada por mim. Pode não estar tão bem "arrumado" como o outro, mas foi feito em grande parte por mim, não há desculpa para aparecer outro igual.
Todo o assunto que aqui foi tratado, tal como nos anteriores posts, é sério e com profundos interesses políticos e económicos para a nação... ou então não!
Agradeço profundamente aos que tiveram paciência para ler isto tudo até ao fim, se tivesse tempo teria escrito ainda mais, e sobretudo a quem lê o blog regularmente e o comenta ainda que pessoalmente.

quarta-feira, setembro 22, 2004

Chagas da Modernice

E pronto... finalmente um comentário! Tinha prometido a mim mesmo que não iria postar até alguém comentar o que tinha escrito anteriormente, assim o fiz. O comentário foi escrito por alguém que não tinha obrigação (sim, obrigação... é uma espécie de moeda de troca pelos meus posts, só assim vejo o meu trabalho reconhecido) de o fazer, visto que já tinha falado comigo por várias vezes e, principalmente, porque ele estava presente no narrado dia, mas fê-lo. Depois daquele esmero todo que tive nem um comentário. Para castigo perderam-se vários posts... um deles, para fenómeno inédito, ia gozar fortemente comigo mesmo. Passou o tempo e já não há hipotese de voltar atrás. Para piorar a minha vontade constatei que tive um aumento de visitas diárias (tenho 600 visitas em que apenas somam visitantes únicos (eu não conto) num dia e não várias visitas do mesmo)... mas ninguém se acusa. Será que há quem "leia" o meu blog só para efeitos de plagio? Já encontrei quem tenha o aspecto geral muito "parecido" (vou criar uma template com coisas demasiado pessoais que qualquer tentativa de alteração só a irá desfigurar), só espero não encontrar o mesmo género de conteúdos noutros blogs. Eu, aquando da revelação dos blogs (graças à aclamada ninfa (que nunca escreveu nada nos comentários mas, acredito que seja para preservar a sua identidade dos demais leitores)), não tinha a mínima referência no que neles se escrevia, apenas usei o meu estro.

É que a ideia com que eu fiquei é que quem leu este meu último post se sentiu de tal maneira diminuído que até o prepúcio lhes ganhou pregas. "Ai ca nojo! Lésbicas boazonas a comerem-se... blergh! Eu é só rapazinhos sem barba e bem lavadinhos com sabonete". Não sei o que se passou... elucidem-me.

Continuando...

Para relembrar a história dos 80 euros para desempenar o eixo do carro... fui à minha oficina oficial (que pertence a familiares genealogicamente afastados) e, após medições feitas com uma precição kafkiana, constactou-se que a referida divergência era de 4 mm. Resumindo, queriam haurir-me dinheiro. Encarreguei os preparadores técnicos de tratarem do "problema" e substituir um tubo na máquina (um tubo de refrigeração que tinha sido encomendado de Itália há uns meses e que ainda não tinha sido substituído, para o montar é preciso desmontar muita coisa à volta do motor, ou seja, muita mão de obra). Para concluir, arranjaram o eixo, trocaram o dito tubo, renovaram o líquido de refrigeração e ainda me lavaram o carro, tudo por 60 euros...


Isto agora é tempo de aulas... e em tempo de aulas as únicas coisas que não tenho são imaginação e força de vontade. As aulas são uma debelitante contradição ao bom senso que a sociedade teve que criar, para quê? Se os macacos nascem ensinados (e nós que descendemos dos macacos...) porque raio teriam que inventar a escola? É estar a desafiar todos os seres e forças que formam o Universo ... ao termos escola, a sabedoria, por transformação progressiva nas espécies, deixa de nos estar inerente à nascença. É uma escandalosa retrogradação na Natureza.

Para mim a escola é como um desenho animado... se nos distraímos um bocado começamos a sentir o chão a faltar-nos aos pés e, assim que nos apercebemos do que nos está a acontecer, caímos pelo penhasco abaixo. Basta estarmos um nadinha confiantes e em pouco tempo estamos a comer com uma bigorna com a insígnia "5 ton" pelos "cornvs" a dentro. Até quando alguém aparece cheio de boa vontade para nos oferece alguma "coisa boa" é mau sinal porque mais não é que um embrulho cheio de barras de dinamite (o segredo, apenas neste caso, é devolver a prenda no fim do pavio... se alguém conseguir aplicar isto na vida real que meta em comentário (logo a seguir a ter escrito isto lembrei-me... um fulano X engravida a rapariga Y, e ao fim de 8.5 meses passa-a ao rapaz Z. No Texas, um fazendeiro de nome John (americano que se preze chama-se John), passava-as ao próximo assim que o "rebentar das águas" ocorria)).

Outra coisa que não consigo entender é o alarido todo à volta da colocação de professores nas escolas. Para quê tanto celeuma? Tirando os mais "coninhas", ninguém gosta de aulas, nem professores nem alunos (os pais sádicos gostam de aulas para manterem a "pequenada" entretida). Os alunos, com um grande sorriso numa cara cheia de sardas e de pó de andarem a rebolar pelo pátio da escola apenas por irreverente carolice (para não falar nas mangas das camisolas de malha grossa cheias de ranho de se assoarem constantemente) dissem que só têm aulas para o mês que vem. Os professores nunca falam em dar aulas... referem-se sempre ao facto de não saberem o que vai ser do seu "emprego", eles querem é o graveto dos contribuintes, nunca se mostraram preocupados com as crianças, que já não nascem ensinadas, se elas permanecerem numa alegre e serena ignorância é problema dos pais... que as eduquem. Para ser sincero, os professores são ninhos de problemas, sem eles não havia que estudar doentiamente, não haveriam más notas, não haveria abandono escolar e consequente trabalho infantil, crianças a coserem carteiras, bolas e sapatos no Bangladesh ou no Burundi, jamais se veriam crianças em plantações de cocaína na Colombia, seria impossível ver crianças desde manhã cedo em salas húmidas, fechadas de um mundo livre e belo, para serem submetidas a lobotomias psíquicas, a frio e sem condições que garantam a sua sobrevivência, a que eles chamam de "lição", enfim... uma infinidade de calamidades e de cenas decadentes.


E pronto... já escrevi qualquer coisa (certamente terá sido um dos piores posts). Agora vou para a praia até que o Inverno volte e que me obrigue a escrever mais qualquer coisa para o pagode.

PS: voltei a meter música de fundo porque assim me apeteceu. Como não encontrei midis de Incubus (infelizmente constatei que existem e andam a espalhar-se por aí que nem abelhas africanas) tive que remediar com uma música dessas menos conhecidas de Motörhead (ah sarcasmo que me envenenas a alma, maldito sejas!).
"Bebo um copo de whisky de boa vontade. Eu nem costumo beber desse, mas tenho a garganta tão seca..."

sábado, agosto 21, 2004

O Dia Que Deus Criou

Hoje, certamente, será um dia de férias para recordar separadamente de todos os outros dias. Será um dia singular e não uma sucessão de dias que ditam um acontento. Hoje foi um dia que ditou vários acontecimentos...

Bem... na realidade o dia nem começou lá muito bem. Fui à gasolineira do Lumiar para alinhar a direcção e saí de lá com a ideia de que me queriam "comer" 80 euros para desempenar o eixo dianteiro à marretada... irei averiguar, através de fontes fidedignas, se é realmente este o preço a praticar.

Fui para a praia (terei infelizmente que omitir a praia em questão para não se tornar local de peregrinação, o que, de certa forma, me vai obrigar a preterir muita minudência encantadora) com o meu amigo, e companheiro de guerrilha, Vencislis. Fomos com o objectivo de respirar ar purificador (até respirámos bastante ar graças ao vento que se fazia sentir, a areia que se levantava, essa... ajudava o ar a ir para baixo, até parecia que o bolo de noz tinha a casca como um dos seus ingredientes).

Para primeira visão fascinante, a caminho da praia, vimos um dos primeiros Porsches 911 bastante estimado, modelo da decada de 70, cor de laranja e com um trabalhar estrondoso. De regresso a casa vimos os carros que nos movem as paixões... para começar um Lancia Delta HF Integrale Evo II Giallo (para os leigos é amarelo Ferrari e só fizeram 220 para todo o mundo). Não tinha sido percorrido mais de um kilometro e paralizámos a ver um Ferrari Testarossa, ainda estávamos a discutir o feito de ter visto duas belas peças de engenharia e design quando passa por nós outro Testarossa... a nossa aura enalteceu-se ainda mais.

Bem... também tínhamos visto antes na praia (daí eu vir-me forçado a olvidar a praia a que fomos), duas raparigas de cara linda e primorosamente bem feitas (ou seja... não eram cavalonas mas eram ligeiramente altas, não tinham mamas dignas de gado bovino mas ostentavam umas glândulas mamárias de tamanho ideal e tinham os dentes merecedores de um anúncio a pasta de dentes) a apanhar banhos de sol. Ia-me esquecendo de dizer que estavam ambas em topless e demonstravam uma grande intimidade uma pela outra. Intimidade suficiente para estarem abraçadas, tirarem areia de forma minuciosa dos seios uma da outra, o mesmo se passou em relação às partes posteriores carnudas e globosas que formam a parte superior e posterior das coxas (muito bem tratadas e desenhadas por sinal). Estas belas criaturas, que o Senhor projectou e criou com tanto esmero e apuro, por vezes juntavam delicadamente as testas e cobriam as suas faces com uma toalha para ocultar a união duns formosíssimos lábios, união que resultaria, certamente, num prolongado ósculo. Mesmo que este acto não fosse encoberto também nos seria impossível vê-lo tal seria a intensidade luminosa a ofuscar-nos a vista... por um lado fiquei aborrecido por não ter levado a máquina fotográfica mas no fundo congratulo-me e rejubilo-me de não a ter comigo... era estar a profanar algo tão divino, toda a plebe quereria ver as exposições sem saberem o que é Arte. Será uma memória apenas nossa! Diziam os mais doutos e eruditos gregos que a relação entre dois homens era a mais soberba e entre duas mulheres a mais reles... uma coisa vos garanto, ou eles eram panascas doentes (que é mais que certo para grande parte da população portuguesa depois do Euro) ou nunca vislumbraram tamanha extravagância e luxúria.

Assistir a todos aqueles movimentos que mais pareciam uma coreografia sublime e majestosa, era como estar coberto de frias nuvens brancas e vivas que geravam uma ansiosa inquietação profunda incitada por um desejo imoderado e sôfrego.

Poderia estar aqui eternamente a tentar descrever o que vi que jamais conseguiria expremir a intensidade daquela "abalo moral" pelo qual me deixei fascinar.


Os três carros italianos foram avistados ainda sobre o efeito daquele avistamento e por isso, de certa forma, até foram desvalorizados... mas, aconselhado pelo Vencislis, tive que expôr os acontecimentos por ordem crescente de efeito exaltador de emoções, começar pelo melhor era pôr de parte o resto, resto esse que isolado causaria grande delírio.

quarta-feira, julho 14, 2004

Once Upon a Time in Rock in Rio

Têm sido poucas as criaturas que têm visitado o meu blog... não lhes deixo de agradecer por lerem isto de castigo só para dizer que são meus amigos (ou então só o lêem porque têm medo de serem algum dos alvos visados nos meus posts). Com menos gente a ler isto também o incentivo é menor (já referenciei umas 124 vezes mas foram prezes que não tiveram grande apreço), agora em época de exames os posts ainda vão ser mais escassos.
Já não irei prometer post nenhum que tenha escrito em papel, porque entretanto passa o prazo para o postar, e meter uma coisa desactualizada é sempre bera. Mesmo assim vou escrever o que se segue porque achei que pudesse agradar a alguém. Confesso que tinha isto escrito em papel há bastante tempo e só hoje me apeteceu passar para o Blog, como já é um assunto um bocado fora de data, reduzi ligeiramente.


No solo da Terra Prometida o pó se levantava (muito por sinal). O voar agitado dos pássaros (os aviões com vôo rasante não contam) pressagiavam uma noite de tormenta, a profecia concretizou-se com um catrapázio de horas a incinerar pagões.

Dizem os velhos que aquela cerimónia é executada para acalmar os espíritos perdidos e para os Deuses serem generosos e nos brindarem com um mundo melhor, outros diriam que que não passa de um ritual onde aquela massa de gente vendia a alma ao Diabo em conjunto. Bem... à parte da referenciada poeira (o National Geographic se quisesse fazer um documentário sobre as tempestades de areia no norte do Sahara só tinha que editar o som vindo do palco para algo que se assemelhasse a um camelo com cio ou ao chamamento aflito de um dromedário em fase de amamentação que se viu perdido da sua progenitora. Em caso extremo dizia-se que os gritos do público eram o povo do deserto a pedir auxílio a Rhá. Um sequela de Tempestade no Deserto também teria ali um bom cenário, se aproveitassem a introdução da One dos 'tallica nem eram necessários grandes efeitos especiais) e das senhas para comprar o que quer que fosse no recinto e que só podiam ser rebatidas no fim do espectáculo, não sei como é que aquele batalhão de pessoas (98% veneravam o Diabo) podem contribuir para um "mundo melhor"... 53 euros...? Sim senhora... assim ficamos todos pobres e não há cá diferenças. Só com a publicidade existente em toda a área (e cá fora também) e que se teve que gramar no intervalo das bandas, com anúncios nada manipuladores, devíamos ver aquilo quase à borla.

Quanto à música e às bandas... como não sou crítico de música e como o assunto já foi mais que analisado, não irei dizer nada. (Se dissesse algo seria altamente tendencioso e uma das bandas alvo pela negativa e que eu iria exprobar é apreciada por alguns dos leitores... mas porra! Incubus no dia de metal? Fiquei com dores nos joelhos e começou-me a dar o sono só de estar à espera... "Cala-te que não sabes o que dizes! Foi das bandas que esteve melhor! blah blah" ah...! 'tá bem... foram fazer promoção do novo album e não dirigiram a palavra ao público, nem para nos ofender ou agadecer, mas foi bom...! Uma mortificação de hora e meia é sempre bastante agradável. Agora a sério... foi dos melhores momentos em que consegui respirar, seria porque estava tudo sentado à espera que acabasse?)

Pronto! Já está por hoje... como não tem assim muita piada e nem nada muito imaginativo deixo esta pergunta em aberto:

Como será um filme porno com som prológico/surrond? Será que se ouve uma mama a balouçar (som curioso, levou anos a digitalizar) atrás da cabeça e algo mais a chapinhar à frente? Ou será que o produtor prefere localizar a "acção da boa" no espaço? Podem tentar dar opiniões no comentários. No entanto há uma certa pessoa que não pode fazer qualquer tipo de comentário a este respeito visto que no post anterior escrever relativo a estes assuntos "pixotéricos" sem ser caso para tal.

Até breve... ;)

terça-feira, junho 01, 2004

O Dia da Criança

Hoje peguei num papel, enquanto esperava pelo metro, para escrever umas ideias sobre o meu dia, o Dia da Criança. Ideias essas que se tinham formado ao longo do curto trajecto para a estação (sub-entendido que tenho metro à porta de casa), mas a música de Pan Pipes genérica que lá tocava, no local de embarque, acabou por me fazer uma lavagem cerebral com aspiração, sabão extra e polimento, já para não na vontade de me atirar para a linha que cada vez era mais forte. Fui salvo e liberto do transe pelo apito que anunciava a chegada do comboio.

Ao chegar ao Campo Grande, com a entrada de umas amigas engraçadas, lá recuperei, apesar delas terem saído logo na estação a seguir, na Cidade Universitária, deu para revitalizar a mente. Lembrei-me então dos tempos em que a escola ia todo em peso à Feira Popular para dar uma volta no carrocel mais barato, apesar de serem todos à borla, éra-nos dito que só podíamos andar naquele. Geralmente era um carrocel com cavalos pintados de azul, verde ou vermelho e eram vigiados por um espanhol barrigudo, cabelo seboso, hálito a Zyklon B provocado pelas gengivas corroídas, ar de pedófilo e respondia ao nome de "sr. Henriquez".
O espanhol mudou-se para o Sri Lanka por ter a sua actividade com crianças mais facilitada, a feira popular já não existe...

Por falar em pedófilo... o Paulo Pedroso já não vai a julgamento e vai processar os pretensos difamadores. Um amigo meu (como tem sido hábito no meu blog, irei manter o anonimáto, apenas, e para ajudar à narração, irei apelidá-lo de Tó Zé) ficou desgostoso e completamente destroçado com a notícia... não parava de se lamentar e questinar sobre a justiça da vida, "Como é posível isto acontecer...? E agora os ténis... os ténis? Terei que os devolver?". Ficou um bocadito mais animado quando o confortámos que o Hugo Marçal não iria reclamar a camisola do Jardel, o que é estranho porque o Tó Zé é do Benfica.

E pronto... lá se passou mais um Dia da Criança... ainda tentei pedir um balão a um palhaço mas o bobo saltimbanco afastou-os do meu alcance e com ar desconfiado aidna perguntou com voz de Olavo Billac, "Diga?"

Porra... nem um cabrão de um rebuçado ganhei...

quinta-feira, maio 20, 2004

Vencislago II, O Regresso

Há léguas luz que não escrevo aqui no blog... (estava para escrever égua luz porque achei piada, mas porra! Fiz hoje um teste de Electrónica e o que tem ou não piada é muito relativo. De notar também que légua mede distâncias maritimas e que quanto muito seria ano luz, também uma distânica e não tempo como faço transparecer. Cheguei a um ponto que até já arranjo motivo por vocês para escreverem algo nos comentários)

É necessário reconhecer também que a motivação não anda nos picos mais altos, foi preciso estar às 2 da manhã à espera de acabar de sacar algo (não é nada pixotérico como está a passar pela cabeça de muitos, apenas não o referencio para a "malta" dos direitos de autor não me cair em cima, assim é tão vago que qualquer investigação traria mais prejuizo e tempo perdido do que frutos colhidos) e com o discman a ouvir um Best of Guns N' Roses (não estou a inventar, é uma compilação de 2004 e neste preciso momento estou a ouvir a "You Cold Be Mine")


Entretanto tenho um montinho de rascunhos com ideias para meter aqui, todas elas com potenciais para serem desenvolvidos e preencherem um post inteiro, mas para além de falta de tempo tenho falta de pachorra.
Vou relatar aqui duas pequenas histórias veridicas que são mais rápidas de escrever porque não tenho que puxar pela imaginação.

Vamos lá ao primeiro episodeo:
Ia eu no outro dia (já foi há algum tempo atrás) com mais dois colegas, e amigos, para o Saldanha quando ao passar perto do Arco Cego (Quando me fui despedir do meu amigo Vencislis neste Domingo, que ia no contingente guerrilheiro com destino a Beja com a missão de expulsar o inimigo invasor das terras lusas, constatei que grande parte das camionetas iam apinhadas de raparigas muito engraçadas... está explicado portanto o aumento da escassez de raparigas aqui para estes lados, não está explicado no entanto o porquê deste fenómeno: seriam refugiadas? Existirá um lugar melhor para elas onde os fogões (O resultado de um estudo científico americano, avançado por uma fonte de confiança, indica que os fogões e as mulheres têm o mesmo QI, embora não esteja comprovado, alguns cientista de elite afirmam que o estado evolutivo do fogão será superior porque já não fala e sabe fazer fogo) as compreendem e os homens não são homens mas sim escravos domésticos com quem vão às compras e não têm tara por sexo à bruta? (Tive que meter esta última para agradar a novos leitores)) quando do outro lado vem uma turra a correr para atravessar a rua. Durante a corrida a dita deixou cair o telemóvel, apanha-o, abana-o como se estivesse a esbagoar maçaroca. De repente mete-o perto da orelha para "ver" se ainda funciona. Tenho testemunhas deste acontecimento com raridade identica ao visualizamento do tubarão saltador (Existe! Eu vi num documentário da RTP2 que dá antes da meia noite. Trata-se de uma técnica usada pelo tubarão branco para caçar leões marinhos de forma fulminante, basicamente consiste numa cambalhora fora de água, se não o apanha à dentada dá-lhe um caldo à homem com a barbatana caudal que o mata).

Quanto à segunda narração é demasiado séria para ser escrita à pressa... fica para o próximo instante de tempo, mas digo que me deixou indisposto por bastante tempo.

87 de Janubro de 20753

PS: só uma pessoa é que perguntou se eu não tinha escrito mais no blog... é a única a quem fiz referência directa neste post.

segunda-feira, abril 05, 2004

Ksafou Daha Lektrö Nïkha

E cá estou eu outra vez... como apanhei sol na mioleira voltei a ter visões. Visões essas que me atormentaram por eu nunca mais ter escrito nada no Blog... já lá vai um mês! Desde Fevereiro que não escrevia nada, a culpa é do patrocínio que anda a falhar (Ia para meter que hoje lanchei com a "amiga que me inspira no Blog" mas decidi não meter coisas pessoais aqui no Blog. Já agora... "alguém" me perguntou se a musa a que eu me referia era a matemática... apre! Que atarantação vai naquela cabeça, que gerou tamanha confunção num processo tal que nem o prórpio Satanás o poderia destrinçar? Por falar em vizinha... venho por este meio espressar que tenho uma vontade achacada de cortar a cabeça, pelo pescoço, à vizinha de cima do meu avô com uma máquina de cortar fiambre. Para tal necessitarei de lhe fatiar aquele focinho todo até lá chegar... não vou contar aqui a novela, mas quem quiser saber o motivo de tal capricho da minha parte, basta enviar um mail a pedir esclarecimentos.).

O que se passou neste espaço de tempo que seja motivo de referencia aqui para o Blog?
Temos um 11 de Março em Madrid sobre o qual não me queria pronunciar...

Temos também a magnífica estreia de uma série inovadora e cheia de criatividade pela sua ideia impar... refiro-me pois ao Inspector Max ("schhpéctór mákss") na TVI... mais um excelente produção da TVI. Como é que ninguém se lembrou ainda desta ideia? Reconheço que me faltam palavras para exprimir este sibilino acontecimento. A série do canal da concorrencia ainda tem a sua piada e seriedade... prontos está bem, um cão inspector... mas porra! Podiam ao menos meter um Serra da Estrela de nome Piloto ou Faísca, ou mesmo um rafeiro já que querem a série tão portuguesa. Em vez de polícia podiam pôr um cão bombeiro ou um cão ladrão ou até mesmo um cão palhaço... (ler a minha opinião sobre as profissões num dos posts anteriores) "Piloto, o cão palhaço, rouba o vendedor de amendoins", "Faísca, o cão bombeiro, aprende a pilotar helicópteros". Pergunto-me se quem tem estas ideias na TVI era abusado por um tio quando era puto... daqueles que apareciam só na altura do Natal e que esperavam por ele sentados, ao escuro, na cama e assim que a luz se abria diziam: "anda cá à prendinha do tio".


Isto lembra-me o caso gritante de Ricardo Martins, versão pirata de Ricky Martin vendida em cassete na Feira do Relógio por duas criaturas que em comum apenas têm a sua anómalidade partilhada, algo que está fortemente inerente aos dois. Falo pois de Madje e de Tonhóca Brito (nomes fictícios para proteger o seu anonimato) que metem o seu anúncio numa bocado de cartão canelado que outrora fora um caixote de Banana Chiquita, "Vendesse K7, 1 = 2 Euro, 2 = 5 Euro". O primeiro gasta o dinheiro todo em vinho tinto nas termas do Cartaxo, sobre o outro desconhece-se o paradeiro do graveto... no entanto há fortes indícios que o dinheiro que é ganho à gaita, é distribuído a tambor.

Mas não me desviando do artista... Ricardo Martins é empregado de balcão e jóia da coroa da "Casa das Iscas" em Massamá. Amigo do seu amigo, estima a sua família e tem grande consideração pelo seu patrão e conselheiro Astúcio Garcia, apreço esse que é retribuido "O meu Ricardo é bom rapaz... tímido mas bastante forte de coração. Toda a clientela tem por ele um grande carinho. É moço de pedir uma bica curta e um copo de água e é sempre fiel à mesma chave de totoloto, mete o boletim todas as semanas". Por muitos, especialmente na zona da sua residência, Frielas, aclamado como o "Rei da Música Ligeira Portuguesa" diz humildemente que apenas toca música alegre para o povo. Quem é que consegue esconder um sorriso parolo (como o próprio cantor o é) ao ritmo de uma qualquer música?


Até à próxima... agradeço comentários. (Vou mudar de servidor de comentários para não dizerem que dá erro).

domingo, fevereiro 29, 2004

"We Came For The Gold..."

Férias... fim... argh.... (com voz de cowboy que comeu um balázio no coração)

Estive algum tempo fora e portanto não tive acesso às ferramentas para postar aqui, também estava com receio que a inspiração se tivesse esvaído com o tempo. Mas hoje, como estive a treinar para cowboy, os hemisférios da mioleira voltaram a fazer faisca. Estive a fazer tiro ao alvo com uma pressão de ar e até obtive um bom resultado (dizer que ganhei a todos os presentes, incluindo o dono da arma (senhor a quem dei aulas de piano), era à mija-sentado). Mas porquê resultados tão aceitáveis? É bastante óbvio que, em vez de me concentrar no alvo, fazia um esforço enorme para imaginar a zona de 10 pontos como a raiz da cana do nariz de um "alguém" que dá aulas num "sítio" e ao qual a minha simpatia não é das mais nobrez... ocorreram bastantes frases soltas que geraram alguma confusão, mas que agora se tornaram mais lógicas: "Eh pah... foi no canto interno do olho direito! Quer-se dizer... não está mau... mas podia ser melhor!".

Cowboy... facção muita vez associada a "caçador de índio" mas, os mais puros e anti sistema, os "desperados", associavam-se com bastante frequência aos Apache e aos Comanche e, por vezes, até mesmo aos Sioux (embora estes últimos não fossem de fiar muito porque se vendiam às várias infantarias a troco de "paus-com-remédio-mau-que-cospem-fogo"). Ora, se estivesse a treinar para cowboy, teria que ser um desperado, um daqueles que assalta diligências. Eu e o meu amigo Vencilis até idealizámos uma abordagem infalível a um expresso vindo pela rota vermelha das terras do Oriente cheio de coisas boas... (qualquer ilação com o Metropolitano é completo disparate). Era um plano com alguma complexidade, já um tanto arrojado... requeria vário material de assalto: duas bisnagas de grande alcance e precisão (nada abaixo de uma Super-Soker 250GTO), duas bisnagas ligeiras para cada um, uma pistola de fulminantes escondida na meia turca branca com raquetes cruzadas para situações de desespero, um tapete comprado aos marroquinos como se de um poncho se tratasse (os mais destemidos usam bocados de alcatifas roubados num contentor do lixo) (assim éramos procurados como mexicanos (espanhóis) e não como bravos cowboys lusitanos (o mais conhecido respondia pelo nome de Viriato, sim... aquele que ficou entalado no portão do Castelo de S. Jorge porque estava muito bêbado e não viu que o empregado da Câmara Municipal ia a fechar cancela)),dois bonés da Galp roubados na estação de gasolina da Calçada de Carriche, dois guardanapos de papel roubados de uma festa de putos (daqueles com uma "granda" cabeça do rato Mickey, daquelas festas que estão sempre cheias de baldes de Joy laranja e que a primeira coisa que se faz assim que a sala deixa de estar vedada é encher os bolsos de caramelos de fruta ou de sugos (ambos de marca branca). Onde lá atrás estão sempre um familiares meio assaloiados que enchem o bandulho de sandes de fiambre com banha barrada empurrada a cerveja russa (mais barata e para aquelas bocas sabe tudo ao mesmo) enquanto os donos... perdão, os pais dos putos tiram fotografias e filmam cassetes que mais tarde, sem nunca terem sido vistas, são desgravadas para dar lugar a um jogo do Benfica a contar para a taça que, diga-se, nunca mais será visto. Neste tipo de festas geralmente um puto qualquer aparece a chorar por causa do desentendimento com um mais velho e os pais do mais velho têm que fazer o frete de mandar vir com o filho de uma maneira que eles ficam com vontade de fazer o mesmo. As mesas muitas vezes estão cheias de coisas que os putos não gostam e que assim se guarda para o jantar, tais como rissóis de camarão untosos, pratos com galinha corada, leitão da parte da cabeça, pasteis de bacalhau e as não muito diferentes pataniscas. Geralmente as coisas também não são muito bem esclarecidas no que toca às prendas: "Não era este..." acompanhado por beicinho a tremer seguido de uma violenta tromba de ranho e baba após o aniversariante ter constatado que o seu desejado brinquedo não era mais que uma versão chinesa barata que se desmanchava ao primeiro impacto contra a parede e que, muito menos, deitava fumo pela boca e falava com a voz do desenho animado e cantava a respectiva música, este apenas se limitava a dizer umas frases em espanhol. Já para não falar nas prendas dos primos que iam lá para destruir os brinquedos novos... geralmente consistia numa caixa de 10 carrinhos comprados numa loja multi-trocos ou algo com o seu nome (do primo) não "reparando" que o anfitrião não está dotado do mesmo nome. Ia-me esquecendo do chapéu de cartolina em forma de cone à tanso... e entretanto, para variar, já me perdi... como é que hei-de continuar a frase?). Arrastávamos a máquina dos chocolates para o meio da linha e esperávamos pacientemente pela chegada da locomotiva (neste caso e devido em grande parte à nossa mestria ("ouviram o apito do painel luminoso!" os painéis estavam avariados... engraçadinhos... não olhámos para eles... duh!), não encostavámos a cabeça à linha). Sentado num banco não muito longe de nós, com um grande sombrero enterrado pela moleirinha abaixo e com um pé apoiado no acento de modo a acentar os queixos no joelho, estava um mexicano desinteressado, pela política do seu país principalmente, de nome "Jézueca Tónhó" (lembrar que os espanhois lêm os "J"'s como "R"'s) a tocar música do velho oeste (ouvir música de fundo do blog na data deste post (lol... eu a presumir que há alguém que leia isto mais tarde pela segunda vez para recordar, até à primeira leitura já se andam a esquivar... )) num pífaro corroído pelo tempo e pela acidez salivar (nem vou referenciar o facto de estar roído pelos dentes). A ruidosa máquina a vapor aproxima-se... sempre serenos com o dedo nervoso no gatilho e com o cano apoiado da palma da outra mão, um de nós levanta a mão e diz "Alto!" e a abordagem à locomotiva começa: "qual é a carruagem do correio??" perguntamos nós com o intuito de arrombar o cofre com ouro que lá se encontra. Um dirige-se para lá tirando os relógios de bolso a todos os passageiros (claro está que nestes dias ninguém anda com relógios de algibeira, logo a colheita foi improdutiva) enquanto o outro data tiros com a bisnaga para os pés do "locomotivista": "Vai dança... vá... toca a mecher esses presuntos!". Depois com o espólio do saque corremos para fora da estação... "Porra! P passe?", "Então e agora como é que abrímos a portinhola? Vêm lá os picas..." a nossa sorte no entanto regressou. Ao longe aparecem um guerrilheiro dos movimentos independentistas que combatiam contra Portugal durante a Guerra Colonial (leia-se "turra"), "temos que passar colado a este...!", enquanto ele não chegava ao ponto chave, fomos disparando uns tiros à queima roupa com as pistolas de fulminantes contra as forças do exército. Eles estão a ganhar terreno... tomamos medidas mais drásticas bolas de papel mastigado são cuspidas sem dó nem piedade. "Conseguímos!"


Tenho que confessar que quando estou perto do início das aulas, ocorrem-me sempre estes episódeos de "Justitia justa".

Até outro momento de menos trevas...

PS: Entretanto passou-se me a vontade e as ideias dum post que tinha aqui em mente sobre o Carnaval... e já agora, o próximo post a 29 de Fevereiro é só daqui a 4 anos. :o)
Ninguém meteu nada nos comentários do post anterioir... a colega do 3310 foi ao país dos Ferraris (hã... não meti Lancias) pronto... ninguém me escreve!

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Dia dos Namorados...

Parece que cortar o cabelo solta o puto com o satanás no corpo que há em mim... hoje depois de cortar o cabelo (como já devem ter descortinado), atravessou-se um "miau" à frente do meu "pópó"... o único infortúnio foi que o meu avô (não é o preparador físico de gatos) ia como co-piloto e o seu peso diminui ínfimamente as performances do carro, o suficiente para o bichano fugir para debaixo de uma viatura estacionada. Era o meu primeiro atropelamento de gatos... fica para a próxima, gatos não faltam.

Ao que parece os meus colegas não gostam muito de exorcizar gatos... não percebo porquê. Devia ser uma modalidade olímpica.

Bem, vou meter aqui o que se passou no dia dos namorados... vinha eu da natação (há lá uma rapariga que agora ("qu'agora é na casa de banho") está numa de sair primeiro que eu... lá tenho eu que fazer a artimanha de estar sempre a tocar nos pés e dizer "na boa... podes continuar à frente", ainda por cima é arrogante. O que vale é que não é a mais engraçada, aliás... nem é engraçada.) quando ao chegar tinha uma rosa à porta de casa... quem será que deixou ali aquela oferenda? Não me lembrando de nenhuma moça que gostasse de mim nesse sentido, não contrário ao da amizade, ocorreu-me que pudessem ser a Lenka (a loira, que indica o caminho aos concorrentes, para isso basta virar-se para o local em questão que o ar condicionado dos Super-Manos faz o resto) e/ou a Cristina (a de cabelos pretos ondulados, geralmente faz com que ocorra aos cocorrentes mais anciões "Olha... afinal ainda está vivo! Coisas...") que frequentemente estão ao lado dos magníficos micro-ondas multifunções, cortesia, mais uma vez, dos Super-Manos, no Preço Certo Em Euros. Vi-me obrigado, com muita pena minha confesso, a excluir tão belas raparigas, com forte personalidade (dá-me a entender qu as raparigas prezam muito a sua personalidade/identidade) e com grandes potencialidades (neste caso em específico está distribuída aos pares) porque teria que ter duas rosas ao invés de uma singular flor. Depois veio-me ao pensamento que podia ser uma senhora de idade que morasse no prédio do meu avô (o que costuma ir comigo ao baeta), visto eu já lá ter morado (desde que nasci até há uns 4 anos) e para as quais sou muito atencioso (cada vez que as vejo a minha simpatia chega ao extremo máximo: abor as portas da rua e a do elevador, para as deixar entrar primeiro, sempre ao som de um discurso sinfónico e semi-épico completamente desprovido de nexo: "Bom dia senhora dona como está obrigado a senhora e os seus? Ora vai para o...? (com o dedo a tentar carrgar no botão do piso no painel do elevador) É preciso é que haja saúde o tempo está a mudar está a [pequeno comentário da meterologia do dia em questão] prazer em vê-la e até à próxima cumprimentos e obrigado igualmente para a senhora e para os seus". Como repararam é uma retórica ao qual elas ficam sem palavras...) Mas não podem ter sido nenhuma delas porque elas gostam de falar comigo (tal como eu gosto de falar com elas (não estou a ser hipócrita porque não é uma "qualidade" que reconheço em mim)) e por conseguinte tinham-me entregue a rosa pessoalmente. Ainda para mais faço parte da administração do prédio em questão e como tal elas teriam muito "relatório" sobre os vizinhos a entregar-me, nomeadamente barulhos que fazem e blasfémia que possa acontecer em casa dos condóminos. (Raio de volta que fui dar para dizer que faço parte da administração de condomínio de um prédio com 95 habitações e com duas lojas... este ano deu a volta desde o ínicio do prédio e calhava ao meu avô. O meu avô está ligeiramente debilitado, como metade da casa está em meu nome e o meu pai não quis assumir o cargo... lá fui eu armado em herói :o), apesar do cepticismo com que fui recebido por parte dos moradores mais recentes, fui bastante bem acolhido (salvo seja) por parte dos que estão lá desde ínicio e que me conhecem... vai ser uma experiência construtiva para a minha vida, vou saber, finalmente, o que é mandar... "Parabéns... ficaste encarregue das pastas Manutenção dos Elevadores e Desentupimento da Conduta do Lixo", estou a brincar.).


Conclusão: devia ser para a porta do lado, ou para a de cima, mas não para a minha.

Uma coisa que me anda a irritar, ainda mais desde o dia referido anteriormente, são as comédias românticas em que um tótó tem que optar pela doida boazona ou pela "estável" e boazona. Também consigo ser tótó... e nunca estive perante tal opção! Eu ou tenho uma marcação, por parte do rival, muito serrada ou ando a jogar na 1ª liga quando devia começar pela 3ª divisão B ou por aqueles torneios organizados por tascas que vendem caracóis na zona de Alcântara, nos quais os jogos se disputam num pavilhão que, no seu horário e funcionamento regular, é armazém de uma tipografia de jornais pornográficos, de folhetos de publicidade e de boletins de totoloto (convém referir que o pavilhão se sustenta quase graças ao totoloto e quando o espaço é alugado para eventos desportivos/culturais (horário habitual ao Domingo: jogo de futebol da colectividade, almoçarada com feira de enchidos e outros, pequena limpeza, missa dos Manás logo seguido por um concerto de Black Metal Nacionalista (algum atrito resultante do encontro entre os intervinientes destes dois eventos que rapidamente é acalmado pelas forças policiais) e no resto da noite o espaço é reservado para dormitório de heroínomanos que ainda conseguiram saltar a vedação e forçar a entrada (inclui pequena sessão de chuto para "aguentar" a noite) ), vejamos: desde que apareceram os autocolantes amarelos para colocar nas caixas de correio que este mercado, o da publicidade, anda em declínio, já para não falar na internet que está para os jornais pronográficos como a cruz está para o Diabo).
Talvez seja a extrema complexidade do tipo de jogo, talvez seja a pressão em campo, uma jogada menos boa e perde-se o jogo ou mesmo o campeonato.


Até ao próximo post...

PS: Não ando assim muito motivado, mas como tenho que postar qualquer coisa para não afastar os crentes para outras religiões, fi-lo sem conseguir apreciar o seu conteúdo... se ando a eximir-me é porque tenho imposições prioritárias. Não gostaram de Barry White no midi... "era roto"? Vai outra vez do bom metal.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Aforismos Depressivos

Estou de férias, porra!!! (Estava para escrever o outro advérbio de intensidade, aquele que rima com Arára e que se assemelha em muito a bacalhau voador na sua entoação ("dildvaris bacaralhvs"), mas optei por não o fazer não fosse interpretarem-me mal... não é incomum ser mal entendido ("agora queixa-se que ninguém o compreende..."))

Pelos vistos começo bem, com a mais pura das retóricas, só para mostrar o meu contentamento e entusiasmo.


Muito se tem passado desde o último post... começo por dizer que fui vítima de um atentado vindo de uma das facções inimigas. Sem vos querer estar a massar muito, apenas relato o seguinte:

- Ia para o IST estudar e era de noite. Ia na faixa da esquerda e vejo uma carrinha a fazer marcha-atrás (mais de perto reparei que tinha matrícula espanhola) nessa mesma faixa... só não levei uma pastilhada de proporções consideráveis porque a minha buzina funcionou e a marcha-atrás entrou à primeira... o "cornos d' tê padre!" enganou-se no caminho e que melhor maneira de corrigir o erro se não fazer uma acrobacia daquelas? Ainda houve mais umas curiosidades neste enredo, mas não vale a pena estar a metê-los aqui.

Por isso pergunto-vos quais as possíveis reacções a ter nestes casos? Ainda há algumas: fugir e deixar que o ataque se concretize no próximo cidadão? Não me parece, visto que seria um acto altamente condenável e equiparável à traição à Pátria. Baleá-los tal como nos bons filmes passados em Sicília podia ser uma boa opção, mas o chumbo não anda assim tão barato e, bolas... eram espanhóis! Acabei por tomar a opção mais prática e que menos maçuda se mostrou, empurrá-los de lado por uma ribanceira abaixo e seguir viagem como se nada se tivesse passado.

Lembrei-me de outro motivo para ser índio... ("lá está este outra vez com o raio dos índios... que sarna do caraças, não admira que as gajas fujam dele como as vacas fogem da pistola eléctrica!", eh pah... quem é escreveu isto aqui? Sinceramente... já agora, meti "vaca" mas foi só uma analogia apressada e desprovida de duplos sentidos! Não estou a chamar nada a ninguém!!!) os índios envenavam os colonos espanhóis que tinham a mania que eram mais espertos que os outros. Tal como os professores têm a mania que sabem tudo. (Isto de não simpatizar "excessivamente" com os professores já tem o seu tempo, até músicas existem.)

Alguém sabe falar/escrever árabe? Precisava de escrever uma carta ao Hamas a dizer que o IST serve de instalações para os dirigentes de Israel, só para ver se resolvia umas coisas simples, coisas sem importância...


Já que estou a escrever aqui, aproveito para esclarecer um equívoco. E que ambíguo problema foi esse? Foi a interpretação confusa entre esquilo e castor... ora um esquilo não é nada mais que um castor bébe, tal como o bozerro o é para o boi, o borrego para o carneiro, o leitão para o porco, o ponei para o cavalo, o texugo para um marsupial com gases, a foca para a baleia (já para não em exemplos gritantes pelo seu grau de óbviíssima popularidade entre todos como a osga para o jacadilo), também o esquilo é o petiz do castor (quando é pequeno trepa às árvores, assim que cresce opta por as mandar abaixo porque ganha um repentino pavor às alturas)... ora a estimada colega não é técnica em esquilos/castores do babilónico Jardim Zoológico, ou é? É que se for, nesse caso, e se estivessemos no antigo regime, tinha um guarda amigo ao qual gostaria de lhe dar umas palavrinhas a seu respeito, ele concerteza gostaria de estar ao corrente da sua atitude reaccionária e contestadora...
Antes, no tempo da "outra senhora", era tudo mais fácil... tínhamos qualquer problema com alguém e era só denunciá-la como sendo um membro activo de um movimento anti-regime para termos o problema resolvido. Sem burocracias fatigantes... bons tempos!


Vou ver se me liberto de todas as toxinas acumuladas durantes estes meses de estudo, que me contaminam o ânimo e o alento vital, e me recomponho minimamente.


Beijocas repenicadas e abraços farfalhudos.

PS: - Geralmente no Postscriptum meto coisas de baixo nível que não convém meter no resto do post... o que acham de impregnar alguém que a quem não tenhamos muita afeição, de hormonas de urso polar ("e os ursos outra vez...") fêmea com cio e mandá-lo para a fossa dos ursos no Zoo? Os ursos nem sabiam como o haviam de comer... (nos dois sentidos).
- O aspecto do Blog ficou mais engraçado? Já estava farto da sua aparência, não ficou completamente como eu queria, mas não ficou feio de todo... e a música do Barry White? Já é mais agradável e menos "irritante ao fim de algum tempo"?
- Já estou perto das 100 visitas... quem vir o número 100 no lado direito que escreva um comentário a reclamar o prémio.

terça-feira, fevereiro 03, 2004

O Amigo dos Esquilos

Este Blog é um blog ecologista. Porquê? Porque apenas tem edição electrónica, não tem distruibuição impressa em papel (apenas uma impressão foi feita por motivos de salvaguarda do original). Por cada post meu seriam precias abater 7 árvores mais coisa menos coisa, nada de exageros... mas para ser um papel de "cólidade" é precisa muita árvore, eu só tenho produto de "cólidade". (Como um conhecido meu que depois de dizer que comprava chouriços e queijos nas promoções do LIDL e que depois os congelava. Eu ao imaginar-me a comer o queijo (se dissesse que me imaginava a comer o chouriço caía-me o mundo em cima com gracejos resultantes de um jogo de palavras, em que há equívoco (forçado) no sentido da frase) e a fransir a testa e semicerrar os olhos ao mesmo tempo que lambia o céu da boca. Rapidamente o homem se apressou a dizer que era uma promoção do LIDL mas era produto de "cólidade", "sim porque vocês já me conhecem e sabem muito bem que eu só consumo produto de cólidade")

Ora bem... com o desaparecimento das árvores desaparecem os esquilos. "Pois, as árvores são as casas dos esquilos, se elas desparecem... eles também!" não está completamente desprovido de verdade mas, a realidade é bem mais obscura. (Este é o tipo de pensamentos que os "senhores" da Endemol querem que nós pensemos, porque eles são dos principais exportadores de árvores oriundas das zonas conquistadas no Azerbaijão após a guerra de 1914. Por falar em documentários... há dias vi um curioso documentário sobre cobras. Tentei adormecer a pensar que tinha a cama cheia de cobras capelo para ver no que dava o sonho, mas acabei por não sonhar com nada.) Voltando aos esquilos... estas pobres criaturas, conhecidas por fazerem diques nos percursos de água selvagens (há dois esquilos da nova geração no Oceanário, o Mantorras e a Ágata) são perseguidos, para além do seu predador natural, o abutre (esta analogia de 3º grau apenas está disponível para poucos leitores), tem também à perna o Homem. E porque desaparece o esquilo como consequência do abate de árvores para a indústria de papel? Porque é nas árvores que os esquilos abrem as suas tocas, tal e qual como o pica-pau. Imaginem um esquilo a dar cabeçadas desenfreadamente num tronco duma árvore até abrir uma toca para que o seu pecúlio possa caber todo lá dentro (não há qualquer analogia à teimosia). Ora se cada vez que se deita uma árvore abaixo um esquilo tem que se martirizar abrindo o buraco à cornada, é evidente que fica com a cabeça, nomeadamente a testa, cheia de bossas... as bossas ganham volume e descaem sobre os olhos, impossibilitando assim a visão. Sem conseguirem ver o que os rodeia jamais conseguirão correr atrás das bolotas, o seu alimento principal, morrem à fome!


Só uma curiosidade muito rápida... conheço um esquilo trans-sexual (fez a operação no Quatar) que anda com desejos, ou seja engravidou com sucesso (pelo menos não se cala com a P1zz4-Hu7). Não se sabe quem é o pai da criança, mas espera-se que se o possa identificar através do ADN. O pior é se ele foi violado na sala de operações, lá "para trás do Sol posto", e não se consegue localizar o pai.

Já fiz mais um post, não sei se mete piada porque tentei escrever dois textos num só mas nem todos poderão alcançar um dos significados, que tem como objectivo escarnecer alguém que anda mais chato e teimoso do que eu.


Até às férias, que já se "aproxegam", muito beijo e abraço.

PS: alguém me "orienta" um bloqueador da EMEL? Preciso de um para fazer de tranca para o carro. Para além de trancar o carro, afasta possíveis assaltantes, "a bófia anda perto... este não dá para fazer", e tem o extra de o carro dificilmente ser verdadeiramente bloqueado, se já tem lá uma coisa daquelas não faz sentido meter outra.

Este PostScriptum merece um "tum tum pxii".

sexta-feira, janeiro 30, 2004

A minha vida... uma excursão.

A minha vida anda meio estranha... para além de outros factores que me perturbam, heis alguns menos complicados para mero exemplo:

- Tenho os horários todos trocados. O pequeno almoço, para mim, é a refeição que se toma a seguir ao jantar (sem dormir no intervalo). Por volta das duas e meia da manhã vou (ou vão por mim) ao Arco Cego a uma padaria buscar pães com chouriço. Costuma ter as portas encostadas para evitar eventuais fiscais mas, volta não volta (também é uma expressão de contornos curiosos) estão lá polícias, com o chapéu debaixo do braço, a comer.

- Ao chegar a casa e ao evitar fazer barulho e acender luzes, mando cada cacetada (não "tralho" no chão porque sou habilidoso) no aquecedor a gás que todos os dias tem que estar num local diferente mas sempre coincidente com a minha rota. Persegue-me... só pode!

- Ao despir-me (uélá!) caem-me sempre moedas das pesadas no soalho... principalmente uma moeda tailandesa que ingrupiram ao meu avô como uma de 2 euros... ando a "trénar" para a descartar no bar do central ou no de civil... Talvez seja em civil porque para além de dizerem "a seguir?" (relatou um colega meu que um amigo dele foi para a fila com a ideia de comprar um "leite achocolatado e um bolo de arroz" (segundo as palavras da testemunha) e quando chegou a vez dele recebeu um "kéke ker?". O choque psicológico foi tão grande que o rapaz ficou cheio de incertezas (sobre a sua própria orientação sexual há quem diga) e entrou em pânico, "Hum...? Hã...?", ao que a besta respondeu: "Está a gozar comigo?? Quer uma máquina do café pelos cornvs abaixo?", ok... não disse bem isto, foi mais "vá rápido, estão colegas seus à sua espera" mas o resto estava implícito. "Quero uma Fanta de pêssego!", "Não há!, "Um Ice Tea de ananás!", "Não está a brincar, não?" e o confuso aluno apontou para a primeira garrafa que estava na vitrina. Desabafou mais tarde, completamente desconsolado, "Nunca trago o que quero...") quando ainda não acabei de ser atendido, têm os bolos 2 cêntimos mais caros (já estava com saudades destes regressos ao texto principal).


Às vezes não vejo a minha família durante alguns dias, embora venha a casa todos os dias (basicamente só cá venho para dormir e tomar banho) e depois... chumbo como se estivesse estado a passear em alguma excursão de terceira idade organizada pela Junta de Freguesia para ir visitar o Entrocamento (com oferta de um magnífico brinde surpresa no fim da viagem) ou presos ao Linhó... ou que tenha mesmo feito um cruzeiro de luxo, quem sabe? Sempre me fascinei por um do género : Cais-Sodré --> Trafaria -- > Cacilhas, com paragem para almoço: sardinha pescada na região, sangria à descrição e a sobremesa "especial" da casa. Banquete acompanhado por boa música pelo agrupamento musical do Grupo Recreativo da Associação de Pescadores do Rio Tejo, o "Agrupamento Maravilha". --> Porto Brandão --> Belém, com direito a um galão e um pastel de nata (da concorrência) com canela extra para dar sainete, que os mais velhos sabiamente usam para pôr a "escrita em dia com a patroa".

Na viagem de regresso irá haver bifanas para todos e vinho tinto caseiro vendido a copo a um preço simbólico. Todo este passeio turístico será sempre acompanhado por constantes momentos de boa disposição. Poderá ocorrer a possibilidade de se vislumbrar a magnífica fauna ao longo deste percurso: alforrecas a boiar após terem sido decepadas pelas hélices dos barcos, gaivotas com a cabeça enfiada em meia garrafa de óleo e com problemas intestinais crónicos, alforrecas a apodrecer em redes de pescas abandonadas, fraldas com cáca (ocorreu-me que podiam aparecer preservativos com langonha mas era chato escrever isso aqui) as alforrecas... já tinha falado nelas? Ou mesmo, se formos afortunados com tal sorte, um bufo real, uma águia albina, um mocho pavão e, quem sabe, uma cegonha careca unicórnio e, talvez, um pirilampo com música de Natal ou um grilo com toques polifónicos (admito que tinha escrito isto em papel, antes de escrever aqui, mesmo muito tarde, completamente desprovido de capacidade crítica, mas ri-me sózinho... é porque tem piada)).


Hum... acho que me dispersei um nadinha várias vezes ao longo deste post... não foi? É sinal que estou a ficar outra vez em forma :o)

O blog já estava a tornar-se um diário sem interesse... (ia contar como me tinha corrido o exame de Análise 3 mas não o vou fazer... apenas digo que as minhas cábulas primaram pela arte e engenho... metia fios a passar pelas costas através de alfinetes-de-dama e que elas se escondiam automáticamente na manga após um subtil movimento com o braço contrário ao qual a dita se encontrava (uma em cada braço). Também mudei de lugar 2 vezes assim que um dos professores (eu sei que eles gostam de ser tratados por "sôtor") virou as costas, após me ter mandado sentar no meio do nada) daqueles que alguns costumam ter só para dizerem que têm um blog, mas ninguém lê aquio para além deles próprios.
Eu, pelo menos, tinho 81 visitas assinaladas na altura em que estava a escrever este post (por isso se virem 82 é porque foram os primeiros a ler, não que isso vos interesse muito, até pode ser negativo, depende do ponto de vista). Estas visitas não contam com as minhas, que são muitas na esperança (tenho de deixar de ter tanta esperança e começar a ser mais realista, ninguém me curte... lol estou a brincar :P) de encontrar comentários. Quer-se dizer... 81 visitas? Alguém pode ter-se enganado e, induzido em erro, ter vindo aqui parar porque o Google apontou isto como uma página porno de grande nível, com pêgas (tenho que concordar que esta palavra tem a sua piada) da ribalta e com nomes de referência, um autêntico estrelato de grandes artistas na especialidade.

Cá me despeço após ter ingerido um pacote de bolachas de água-e-sal "cracker all acqua" enquanto escrevia este post... e não me ter socorrido de nenhum auxílio líquido... sinto que tenho a garganta cheia de pó de bolacha e estou completamente embuchado, não tenho saliva... sensação em tudo idêntica a engolir areia, quente da mais fininha, da praia.

"Ma' cheias" de beijocas barulhentas e abraços com uma apalpadela no rabo.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

O Que Me Queima Mais...? Idade ou Exames?

Cá estou eu de volta, após uma pausa considerável. Motivo: exames...
Ainda não acabaram, mas tive que voltar a escrever para não perder a prática por isso não esperem grande post, estou só a fazer uns alongamentos.

Agradeço aos seguintes clãs, aos quais pertenço, pelas suas estimadas e apreciadas presenças (por ordem alfabética e não por ordem de preferência, porque são todos meus amigos) no humilde jantar no qual se comemorava mais uma órbita da Terra à volta do Sol desde que nasci: Cárdume do fixe (~fish) do Némo, Mitras e, por último mas não o último, Vencis. Peço desculas a todos aqueles que não convidei, mas não os convidei porque, ou sabia que não podiam ir por estarem longe ou porque não tenho o seu contacto telefónico (e ainda há aqueles que estavam em lista de espera, para no caso de alguém morrer entretanto (apre!) serem convidados).

Foi pena alguns não terem ido... mas estavam lá grande parte d"Os Principais" :o)
Vou ver se ainda tenho tempo de meter hoje umas fotos... se estiverem estão na secção dos links mesmo aqui ao lado. Vou tentar comentá-las... (já as meti... editei isto só para meter esta frase. Tentem meter aqui os vossos comentários.)

Tenho "escrevido" (eu sei que é "escrito", mas "escrevido" soa mais a filósofo de tasca/taberna) alguns textos mas, à luz da realidade, reparei que não passam de pequenos relatos, uma vez mais, episódeos ocorridos em salas de estudo. Ou coisas que não interessam a ninguém. Vou tentar expôr estes de forma o mais breve possivel para não massar ninguém.

Informo, já agora, todos os consumidores deste Blog, que existem à venda, de forma ilegal, tufonias piratas que vêm incluídas em caixas de chocolates, revistas "cor-de-rosa" e pensos higiénicos entre outros consumíveis. As originais vêm com os iogurtes e têm uma marca muito peculiar que as destingue de todas as outras, têm uma pequena inscrição na parte traseira que diz "Made In China". No caso de compra ou troca de equipamento, deve solicitar o Cartão de Identificação do Técnico e assinar um Certificado com um selo holográfico. Para sua segurança, solicite sempre o Cartão de Identificação e o respectivo Certificado que prova que entregou o equipamento. No caso de ser confrontado com situações ilícitas contacte de imediato este Blog ou as Autoridades Policias. Não colabore com redes criminosas de pirataria. (com a ajuda da TV Cabo, e o seu discurso em relação às boxes artesanais... eles mandam o sinal codificado... já que não conseguimos ver o tuvisor (alguns, que geralmente se apresentam com olhos vermelhos e vidrados, afirmam que conseguem) somos livres de fazer o que quizermos com ele :oP)

Aproveito para dizer que ganhei o Prémio do Condutor com a "condução que eu mais gosto" e foi-me atribuído por raparigas! Não o mereci por conseguir fazer habilidades com os pedais (travar com o pé esquerdo ou fazer ponta-tacão, só o faço quando estou no carocha), nem por ter dado 140 (135 pronto...) em 3ª na Av. Padre Cruz, mas sim por ter uma condução suave e cautelosa... (não, não conduzo à "mija-sentado", apenas conduzo com a devida precaução. Geralmente a "malta nova" (como diz o meu pai), que não é o meu caso porque, infelizmente, estou a ficar velho, tem acidentes tristes quando leva ocupantes no carro e quer mostrar qualquer coisa aos mesmos. Não tenho muita vontade de aparecer no "Correio da Manhã" por estes motivos.). Desde já agradeço tal honrosa distinção pela qual me sinto profundamente lissonjeado (a cassete que toca na tufonia do carro nestas ocasiões ajuda muito... trata-se de um "Best Of" de Tom Jones).
Quem me galardoou com esta magnifica distinção que escreva um comentário aqui senão ainda me chamam de mentiroso.


[O texto que se segue é apenas aconselhado a rapazes e, especialmente, a todos aqueles que têm ódio de morte aos "amigos do Silva Lopes"]
[O que se segue pode parecer que desmente o Prémio descrito anteriormente, mas faço-o muito raramente e apenas em ocasiões como esta]

Ia eu para o exame de Probabilidades e Estatística, quando ao meu lado, no semáforo da Av. de Roma, pára um "amigo do Silva Lopes" num VW Passat. Acontece que à nossa frente existe outro sinal lumisoso "des-sincronizado" (ler aviso no fim do post) daquele onde estavamos parados, o outro ficou verde, mas o nosso não... e lá arrancou ele um metro, com o sinal vermelho, todo nervoso. Assim que o nosso ficou verde, a "donzela suicída" começou quase a andar de lado e quando o ponteiro se aproximou das 3.000 rpm fiz um ar de parolo e acenei-lhe com a mão, dizendo-lhe "adeus". Deve ser complicado explicar à família como é que um carro (por acaso, por muito que me custe a dizer, aquilo é um carro) de 6 mil contos no mínimo, leva corda de uma caixa quadrada com 12 anos...

Confesso porém, que fui um bocadito inconsciente ao realizar esta proeza porque o fiz na Av. de Roma... zona cheia de velhotes e gentes nacionalistas, daquela geração (ou inspirados nela) em que a Nação e a Pátria valia mais que a própria vida. Depois de uma profunda reflecção fui levado a retirar a seguinte conclusão: eles querem ver o seu amado Portugal na linha da frente. Como não encontraram mais nada por que lutar, optaram por lugar por um lugar cimeiro no ranking de atropolamentos mortíferos. Assim o deixam tranparecer pela forma sinistra como atravessam a estrada...


Já tinha avisado que ando sem ideias devido aos exames mas obrigado por lerem isto na mesma :oP
Já agora... o dicionário online estava embaixo na altura da escrita deste post, fui escrevendo com erros e não me lembro em que palavras me enganei...


Até à próxima. (",)

PS: Ocorreu-me também há (este "a" com "h" neste contexto nunca me convenceu... mas lembro-me que me foi descontado 1 valor em 100 no 7º ano por não o ter posto) dias uma dúvida curiosa (em parte devido à famosa mistura tabasco+sumo da cantina)... as galinhas metem ovos via esfínteral, ora os galos também têm esfínter! Porque não metem os galos ovos também? Qual seria a diferença entre meter o indicador pela ampola rectal, para ver se tem ovos, num galo e numa galinha? Haveria diferença entre os sabores?

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Atrofio Estudantil

Cá estou eu, recuperado depois de ter sido envenenado pelo inimigo...faço por tudo para não ir comer ao McDo****s mas no Domingo vi-me obrigado a lá ir. Estive a estudar no IST e aquilo era o que estava aberto e mais próximo. Vi lá uma "sande" (felizmente só comi uma, como se pode constatar na singularidade da palavra) grega. Aquela mistela de porcarias tinha uma especiaria qualquer que ainda tornou mais dificil a sua ingestão. Resultado... fui dormir quando cheguei a casa e levei a noite toda mal disposto acordei a meio (9 da manhã) com uma náusea enorme, só deu tempo de ir para a casa de banho. Regrugitei todo aquele bolo alimentar (ainda estava pouco triturado).
Por volta das 14.30 já não havia nada para repelir, apenas o pouco chá que se aguentava 1 minuto, e tomei um comprimido para os vómitos. Oh meu amigo... aquilo deu cá uma broa que me deixou completamente K.O., dormir até por volta das 20, hora em que a minha mãe me tentou dar canja, mas até ao meter a colher à boca eu adormecia... acordei no outro dia às 7.30 para ir a um exame. Se o exame de Análise Matemática 3 só por si é acessivel, completamente atordoado e sem conseguir fazer contas de somar, torna-se tudo mais evidente e claro.

Em fase de exames pouca coisa de extraordinário ocorre (tirando o episódeo chato de segunda feira). Inevitavelmente vou ter que postar qualquer coisa sobre um acontecimeno no IST... que outra coisa se podia esperar numa época destas?
Eis algumas ocorrências passadas no IST:

- Lá estava eu numa sala de estudo com a telefunia maravilha, que me tinha saido nos iogurtes, a ouvir música que geralmente toca nas caravanas (não sei como se escreve "rellote" correctamente) que vendem coiratos (ou couratos) e bifanas à porta dos estádios de futebol em dias de jogo. Para combater o tédio lembrei-me de furtar um 3310 a uma colega e, para além de o meter com o som no máximo, meti uma lembrança para dois minutos depois... tempo suficiente para tirar o teclado com relativo à vontade e meter o telemóvel no sitio. Aquilo apita estridentemente... ela tenta carregar num botão qualquer, com o pânico esqueceu-se da existência do botão de cima, e o sabonete do demónio não se calava. Acabou por tirar a bateria... foi giro :o)

- Numa sala em civil estavamos nós a estudar ordeiramente, quando apareceu um beto com a mania que tinha cara à John Malkovich e que metia respeito ao mandar calar à má fila os mais antigos ocupantes. O "rabiló" olhava fixamente para quem pensava um bocadinho mais alto e assim que algum pobre estudante o olhava também, ele cuspia um grotesco "schhh!". Eu resolvi rapidamente o mal entendido ao, antes de olhar para ele, dizer de modo a que se ouvisse "Bró!"... ele mandou-me calar da forma anteriormente referida e o resultado destes dois sons gerou um pequeno momento lúdico na sala. Ainda tentou levantar problemas mas erámos tantos (alguns nem os conhecia, mas como já estavam um bocado irritados e fartos com as desconcertantes chamadas de atenção, faziam parte da facção aliada) a olhar para ele com cara de "kéke foi boi? Tu queres é que o sr embaixador te empurre o cóco para cima!"

- Vi um colega meu um pouco abatido e, para o ajudar a ganhar um pouco de confiança em si mesmo, pus-lhe o isqueiro à "homem que é homem" (não é à "puro macho puro" (PMP) porque o PMP não fuma... quanto muito seria um "macho puro macho", que só respira através de coisas a arder, um PMP mais citadino, mas ambos os termos são demasiado másculos porque este colega usou em tempos bandolete... estou a brincar contigo "sóce".). Tirei a protecção de metal e dei uma volta e meia a mais para além do limite imposto anteriormente... aquilo cuspia pingas de gás e era um isqueiro "bic" dos pequeninos. Acendi-o por mera curiosidade e ele jorrava uma labareda com 1 palmo e 5 dedos. Só se apagava assoprando, caso contrário o isqueiro continuava a arder sózinho, e como a chama era mais pequena depois de se tirar o dedo começava a queimar o plástico.
O meu amigo chegou e quis ir fumar o seu "cigarrito"... ainda o avisei que fumar mata (às vezes mais rápido do que se pensa). Passados 2 minutos aparece-me ele pálido, de olhos esbugalhados e com um curioso cheiro a porco queimado. Não sei o que correu mal... eu e o meu amigo Vencislis já tinhamos feito algo idêntico à herege da Arroja.

- Hoje a única coisa de diferente que se passou foi a incomodativa excitação nos elementos do meu grupo de trabalho por na nossa sala estar uma rapariga com o "nalguêdo" apertado por umas calças sem cintura... habilmente alguns repararam, ou foram obrigados a isso, que a criatura trazia cuecas de fio-dental. O pior de tudo é que ela estava mesmo na fila da frente e para ir falar com os colegas dela dobrava a cintura sem dobrar os joelhos... podia-se dizer que eramos nós mas ela foi avisada pelas colegas que "estava a fazer o mesmo que na viagem de finalistas" e continuou a fazer o mesmo ou pior. Depois do aviso começou a deixar cair folhas e apanhá-las sem, mais uma vez, dobrar os joelhos... houve uma vez que fiquei com as bimbas dela (salvo seja) a dois palmos da minha cara, e meti, a posteriori, as mãos à frente do nariz para medirr a distância. Até dava para contar as estrias se fosse essa a minha intenção. Apesar da rapariga fazer-se passar por aquilo que não era ("boa" na gíria popular), conseguiu ainda assim arrancar alguns comentários por parte dos presentes: "Porra... já me estou a esquecer do que estive a ler", "até tenho azia...!" (após a dita ter apanhado uma folha perto da mesa de um e ele sem puder "morder", segundo as palavras do próprio) e, para último, o mais brutal de todos, e peço desculpa pela brutalidade e ordinarice das palavras, ei-lo : "F0d4-sss... ca granda cagueiro!".


Por hoje não meto mais nada cá senão isto fica demasiado grande e lêem isto na diagonal. Ainda estava para incluir um pequeno texto que escrevi no Domingo sob o efeito da indisposição e depois de ter visto, a caminho de casa (para não se porem armados em engraçadinhos), encostada a um poste, uma rapariga, muito girinha, não com mais de 18 anos à espera de um anónimo... fiquei mesmo impressionado com aquela cena dramática. Não era nada supostamente cómico, mas sim algo muito péssimista e negativo. Se não houverem pedidos não o meto aqui.

Boa sorte para os exames para quem os tem. Enquanto os meus não acabarem os posts vão ter grandes intervalos visto não se passar nada digo de se meter aqui e, principalmente, porque não tenho tempo.

'jinhos e abraços a todos.

PS: Não houve tempo para corrigir gralhas e erros ortográficos... se descobrirem algum mandem para o mail.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

Sala de Estudo Conquistada

Hoje fui para a Sala de Estudo de Mecânica (que por acaso pertence à torre de Electro, logo é nossa). Estava com um ambiente menos abafado que a nossa sala de estudo oficial mas não deixou de criar condensação nos vidros...

Meti os fones nas orelhas tal e qual o meu avô mete os dele (assim que ficam lá encaixados já não lhes toca não vá aquela "bodega" cair, ver a fotografia) e fitava os olhos, com cara de maníaco agressivo, de quem ousava olhar para mim com ar de gozo. Muito giro ver a cara deles.


À minha frente estava um estrangeiro do ERASMUS (espanhol, só pode... com aquele "focinho") sentado numa "luxuosa" cadeira de plástico (faz lembrar aquelas de alguns autocarros, daqueles que fazem um barulho diferente a andar e não têm bancos dos parolos cá atrás). O "anardo" espanhol foi fumar um cigarro (fez bem... assim talvez morra mais depressa) e o meu amigo Sérgio (chamemo-lhe assim para manter o anonimáto) trocou-lhe a cadeira com tal habilidade que nem a rapariga que estava ao lado notou. Quando a criatura do diabo voltou e notou que o seu trono havia sido substituído por uma profana cadeira de madeira, ficou instantaneamente muito desconfiado a olhar para os lados surrateiramente, e quase pelo canto dos olhos com ar de quem já foi enrolado, para ver se descobria o paradeiro do seu assento. Deu-me uma vontade de rir daquelas que se libertam do recôndito insonciente quando não nos podemos rir... ainda por cima o feio do espanhol estava mesmo de cara virada para mim. Já sentado, continuou a olhar em redor, mas com a cabeça como se estivesse a ler, e lá encalhou num gajo 3 lugares ao meu lado porque tinha uma cadeira igual à dele. Esta pobre alma, com cara de Godofredo, esteve a ser controlada por mais de meia hora, na tentativa de detectar movimentos em falso ou comportamentos suspeitos. Como viu que o Godofredo não se mexia ou esboçava qualquer expressão incriminatória, acabou por desistir. O rapaz (Sérgio) na outra ponta da sala é que não foi... não ia dar uma volta daquelas com uma cadeira às costas.

A caminho de casa e já no Metro, entra um mitra em Roma todo acelerado com a "bisga" toda e cheio de cenário (todo ele transbordava "pausa"), com o boné enfiado pela moleirinha abaixo com a pala completamente dobrada em U invertido, meias turcas com duas raquetes cruzadas desenhadas por cima das calças, uma argola com um crucifixo e meia beata atrás da orelha. Aquilo era "'da-sss" para aqui, "'ta kiu pariu" para acolá, sempre a "bombar". O que não era suposto era haverem "picas" (revisores para quem não sabe) nesta altura do mês, as portas já se tinham fechado e soute-se um "kéralhe", desfez-se toda uma imagem criada. Todo um mito foi destruído. Ainda por cima apareceram em Alvalade e até ao Campo grande ainda demora... vidas!

Já só falta um mês para estar de férias... :o) "só" tenho que passar pelos exames. Estou a atacar Análise Matemática 3 (estupor de nome) para ver se a despacho logo à primeira. Se não a despachar isso quase que implica ter que chumbar a uma cadeira obrigatoriamente, porque não tenho tempo para estudar para uma das duas.

B'jinhos e abraços para todos.