terça-feira, novembro 10, 2009

Benfica Benfica

Ainda se consegue ir à praia em Novembro graças ao calor monumental radiado do Estádio da Luz. O Benfica é o aquecimento global de todos os nossos corações.

Finalmente compreendo a expressão "O Estádio da Luz é um cemitério de treinadores". Pudera... cada treinador que lá vai mais a sua equipa defrontar este Benfica, arrisca-se a sofrer goleada e ficar lá enterrado.


Após marcar o quarto golo, Mister Jesus avisa os seus defesas:
- Quero os 4 em linha!

No entanto, o mister Jesus (o mesmo que transformou muitos ateus em católicos), de nada percebe de jogos de consola ou de tabuleiro. Como se pode ver no telefonema que me fez:


Confundido um jogo de tabuleiro com um jogo para jogar na consola. Ele não queria dizer Batalha Naval, onde os navios estão mais ou menos espalhados uniformemente no tabuleiro.


O Benfica já mandou um barco de quatro e outro de três canos ao fundo.

Ele por certo estava era a querer dizer Arkanoid, onde uma barra vai tabelando uma bola contra uma série de monos presos numa posição.


Trabalho moroso dos jogadores do Benfica a furar a defesa da Naval.
No momento final, tal como no jogo, as barreiras são furadas e a bola entra.

Parece que nada consegue travar este Benfica. Até os árbitros já encontram dificuldade em fazer com que o Benfica perca. A equipa adversária nem mesmo metendo todos os jogadores na grande área a defender, se consegue livrar de sofrer golos. Há sim é uma variação no número de golos marcados, nunca no resultado que é só um: uma vitória do Benfica à Benfica!

sexta-feira, novembro 06, 2009

Migrante di Dignitatis

Algo me perturba e transtorna profundamente o espírito.

Portugueses que em França exigem comemorações faustosas para o dia de Portugal, que os filhos aprendam Português nas escolas públicas francesas, vão todos os anos a Fátima cumprir numerosas promessas, que choram quando a Selecção Portuguesa perde com a sua congénere Francesa, fazem milhares de quilómetros para ver treinos e jogos da selecção e, acima de tudo o que lhes é mais sagrado, orgulham-se muito de serem portugueses.

Mas apre! Por que raio é que, mesmo com camisolas do Cristiano Ronaldo e toalhas de praia com a bandeira de Portugal... teimam em encher-me o juízo ao falar francês entre eles uma vez em Portugal e em especial na praia? É do hábito uma porra! Aquilo é francês mais martelado com português que os fundos do Elton John martelado com lingotes de Toblerone de carne. Não é só pelo sotaque que os descubro, até porque de francês sei menos do que o mínimo. Topo-os à légua é por deixarem escapar várias palavras em português, quer por descuido, quer por desconhecerem a tradução directa para francês.

Quando falam em Português é para dizer "a França é mais evoluída e todos se respeitam", enquanto empurram, pisam e passam à frente com ar indignado na fila para queimar velas no Santuário de Fátima. Também em Fátima fazem questão de, mais uma vez, falar alto dentro das igrejas, tirar muitas fotografias com flash (como se tratasse da passagem dos atletas num evento desportivo) e prosseguir com a maior das naturalidades. Mostram assim, sem qualquer pudor, uma insaciável apetência para pensar que só eles existem no mundo ou que o mundo só existe para eles, tudo o resto é cenário e figurantes.

Às tantas são mas é ou portugueses ou franceses da candonga, produto contrafeito cheio de imperfeições, acabando por não ser nem uma coisa nem outra. Não são coisa nenhuma.

E depois os nomes que dão aos filhos? À primeira oportunidade desmarcam-se das suas origens, camuflando o nome com a mesma eficácia que uma avestruz se esconde com a cabeça na areia, deixando o traseiro exposto. Isto para os chamarem com um sórdido orgulho só para mostrar que são eles os pais, enquanto os "hora de Inverno" mentais fazem remates para uma baliza improvisada por dois chinelos enterrados na areia da praia, tendo como fundos de baliza os banhistas e as suas toalhas. Se acertam em alguém tanto melhor. Vão buscar a bola com um sorriso triunfante como se o incomodado estivesse muito satisfeito com o trabalho feito. Nem desculpa pedem.

São então estes os mais frequentes nomes empregues (e não baptizados, porque nenhum presbítero que se preze, venera um Deus que receba esta gente no seu rebanho):
- Jean Michel;
- Jean Pierre;
- Jean Paul;
- Jean Jacques;
- Jean Sebastien;
- Jean Denis;
- Jean Emmanuel;
- Jean Frederic;
- Jean François;
- Jean Marc;
- Jean Louis;
- Ruben Micael (usado apenas a partir do terceiro filho);
- etc.

O que importa é que o réproba apátrida tenha Jean no nome para se julgar superior aos outros, demasiado importante para lhes falar. Estes amofinados apaniguados deviam ser alvo de bullying intenso para se tornarem homenzinhos. Mas isto sou eu que, pela amizade, quero o melhor para as pessoas, custe o que custar. Se vocês querem continuar a tratá-los com desvelo, é problema vosso, depois não se queixem.

Tenho grandes amigos imigrados nos Estados Unidos, Roménia, Moçambique (mas não lhes falo) e Reino Unido e nenhum me vem com estas chalaças e falsidades. Tive a felicidade de conhecer um emigrado em França mas não lhe dei confiança. Digo felicidade porque só veio comprovar que eu estava certo na minha razão. Tinha aquele ar de mania da superioridade, tudo "lá na França" é muito melhor e de lá ninguém o tira mas, na mesma frase, remata com um "ninguém me tira a aldeia dos meus pais, é aí que gosto de estar". Só se for para ver velhotes pobres no meio de uma aldeia com 23 habitantes no Inverno e 314 no Verão, 272 deles emigrantes em França e 19 no Luxemburgo, e pensar "como estou bem na vida, estou melhor que o Portugal". Bela amostra essa para generalizar todo um país. Apesar de não sermos um país de elite e termos os nossos problemas, não nos vestimos todos de preto, não vivemos todos em casas de pedra e, acima de tudo, não somos surdos nem lentos intelectuais para nos gritarem ao pé dos ouvidos. Para mais, com uma conversa de auto-elogio, num só sentido para que, quando o outro interveniente se tenta expressar, com uma resposta de desconsideração certamente, sorrirem com misericórdia e pena, faltando só afagarem-lhe a moleirinha com palmadinhas.

Estes umpa lumpas mentais, são os que falam mais alto na praia e olham sempre em redor, nunca entre eles. Numa de verem o quão impressionados estão os outros por eles serem "franceses". Os outros olham mas fazem-no com ar de reprovação, porque estão fartos da algazarra vinda destes fuinhas assaloiados.

Os únicos que eles impressionam são os mesmos que chegam a Portugal vindos dos subúrbios de Paris, num Citröen Xantia ou Renault Safrane sobrepopulado de gente, tralhas e um caniche a padecer com uma nevrose provocada pelo cio. Ou seja, isto tudo para dizer que só impressionam os que são iguais a eles mesmos, comparando-se exaustivamente enquanto fingem que se ignoram mutuamente. Faz parte lá dos rituais deles... tipo as aves na primavera.

Tal como os salmões que sobem o rio para nidificarem onde nasceram, morrendo de seguida, também esta espécie de francês (ou português, ou o quer que seja isto), escolhe o Verão para se vir reproduzir na aldeia de origem, matando-se de seguida nas estradas ibéricas Muito sinceramente, é preciso ter lata... Por isso é que as nossas estatísticas rodoviárias são sempre tão negras. Não é a meter radares e a passar multas aos de cá que a coisa vai lá. É preciso é filtrar as fronteiras e evitar que o mal cá entre.

Cá para mim, resolvia o problema de forma muito simples e pouco trabalhosa: como as praias da Costa da Caparica estão com falta de areia, era enterrá-los na praia para fazer altura e depois despejar a areia por cima. Ou então, para não complicar e tornar célere o processo, era pegar neles, metê-los num saco de plástico daqueles pretos, dar-lhe dois nós bem fortes e... Tejo!