quarta-feira, setembro 22, 2004

Chagas da Modernice

E pronto... finalmente um comentário! Tinha prometido a mim mesmo que não iria postar até alguém comentar o que tinha escrito anteriormente, assim o fiz. O comentário foi escrito por alguém que não tinha obrigação (sim, obrigação... é uma espécie de moeda de troca pelos meus posts, só assim vejo o meu trabalho reconhecido) de o fazer, visto que já tinha falado comigo por várias vezes e, principalmente, porque ele estava presente no narrado dia, mas fê-lo. Depois daquele esmero todo que tive nem um comentário. Para castigo perderam-se vários posts... um deles, para fenómeno inédito, ia gozar fortemente comigo mesmo. Passou o tempo e já não há hipotese de voltar atrás. Para piorar a minha vontade constatei que tive um aumento de visitas diárias (tenho 600 visitas em que apenas somam visitantes únicos (eu não conto) num dia e não várias visitas do mesmo)... mas ninguém se acusa. Será que há quem "leia" o meu blog só para efeitos de plagio? Já encontrei quem tenha o aspecto geral muito "parecido" (vou criar uma template com coisas demasiado pessoais que qualquer tentativa de alteração só a irá desfigurar), só espero não encontrar o mesmo género de conteúdos noutros blogs. Eu, aquando da revelação dos blogs (graças à aclamada ninfa (que nunca escreveu nada nos comentários mas, acredito que seja para preservar a sua identidade dos demais leitores)), não tinha a mínima referência no que neles se escrevia, apenas usei o meu estro.

É que a ideia com que eu fiquei é que quem leu este meu último post se sentiu de tal maneira diminuído que até o prepúcio lhes ganhou pregas. "Ai ca nojo! Lésbicas boazonas a comerem-se... blergh! Eu é só rapazinhos sem barba e bem lavadinhos com sabonete". Não sei o que se passou... elucidem-me.

Continuando...

Para relembrar a história dos 80 euros para desempenar o eixo do carro... fui à minha oficina oficial (que pertence a familiares genealogicamente afastados) e, após medições feitas com uma precição kafkiana, constactou-se que a referida divergência era de 4 mm. Resumindo, queriam haurir-me dinheiro. Encarreguei os preparadores técnicos de tratarem do "problema" e substituir um tubo na máquina (um tubo de refrigeração que tinha sido encomendado de Itália há uns meses e que ainda não tinha sido substituído, para o montar é preciso desmontar muita coisa à volta do motor, ou seja, muita mão de obra). Para concluir, arranjaram o eixo, trocaram o dito tubo, renovaram o líquido de refrigeração e ainda me lavaram o carro, tudo por 60 euros...


Isto agora é tempo de aulas... e em tempo de aulas as únicas coisas que não tenho são imaginação e força de vontade. As aulas são uma debelitante contradição ao bom senso que a sociedade teve que criar, para quê? Se os macacos nascem ensinados (e nós que descendemos dos macacos...) porque raio teriam que inventar a escola? É estar a desafiar todos os seres e forças que formam o Universo ... ao termos escola, a sabedoria, por transformação progressiva nas espécies, deixa de nos estar inerente à nascença. É uma escandalosa retrogradação na Natureza.

Para mim a escola é como um desenho animado... se nos distraímos um bocado começamos a sentir o chão a faltar-nos aos pés e, assim que nos apercebemos do que nos está a acontecer, caímos pelo penhasco abaixo. Basta estarmos um nadinha confiantes e em pouco tempo estamos a comer com uma bigorna com a insígnia "5 ton" pelos "cornvs" a dentro. Até quando alguém aparece cheio de boa vontade para nos oferece alguma "coisa boa" é mau sinal porque mais não é que um embrulho cheio de barras de dinamite (o segredo, apenas neste caso, é devolver a prenda no fim do pavio... se alguém conseguir aplicar isto na vida real que meta em comentário (logo a seguir a ter escrito isto lembrei-me... um fulano X engravida a rapariga Y, e ao fim de 8.5 meses passa-a ao rapaz Z. No Texas, um fazendeiro de nome John (americano que se preze chama-se John), passava-as ao próximo assim que o "rebentar das águas" ocorria)).

Outra coisa que não consigo entender é o alarido todo à volta da colocação de professores nas escolas. Para quê tanto celeuma? Tirando os mais "coninhas", ninguém gosta de aulas, nem professores nem alunos (os pais sádicos gostam de aulas para manterem a "pequenada" entretida). Os alunos, com um grande sorriso numa cara cheia de sardas e de pó de andarem a rebolar pelo pátio da escola apenas por irreverente carolice (para não falar nas mangas das camisolas de malha grossa cheias de ranho de se assoarem constantemente) dissem que só têm aulas para o mês que vem. Os professores nunca falam em dar aulas... referem-se sempre ao facto de não saberem o que vai ser do seu "emprego", eles querem é o graveto dos contribuintes, nunca se mostraram preocupados com as crianças, que já não nascem ensinadas, se elas permanecerem numa alegre e serena ignorância é problema dos pais... que as eduquem. Para ser sincero, os professores são ninhos de problemas, sem eles não havia que estudar doentiamente, não haveriam más notas, não haveria abandono escolar e consequente trabalho infantil, crianças a coserem carteiras, bolas e sapatos no Bangladesh ou no Burundi, jamais se veriam crianças em plantações de cocaína na Colombia, seria impossível ver crianças desde manhã cedo em salas húmidas, fechadas de um mundo livre e belo, para serem submetidas a lobotomias psíquicas, a frio e sem condições que garantam a sua sobrevivência, a que eles chamam de "lição", enfim... uma infinidade de calamidades e de cenas decadentes.


E pronto... já escrevi qualquer coisa (certamente terá sido um dos piores posts). Agora vou para a praia até que o Inverno volte e que me obrigue a escrever mais qualquer coisa para o pagode.

PS: voltei a meter música de fundo porque assim me apeteceu. Como não encontrei midis de Incubus (infelizmente constatei que existem e andam a espalhar-se por aí que nem abelhas africanas) tive que remediar com uma música dessas menos conhecidas de Motörhead (ah sarcasmo que me envenenas a alma, maldito sejas!).
"Bebo um copo de whisky de boa vontade. Eu nem costumo beber desse, mas tenho a garganta tão seca..."