segunda-feira, março 28, 2005

Demagogia Irracional

Há vários motivos para que o meu último post não tenha sido bem aceite pelas hordas: ou são muito exigentes e não aceitam posts daqueles para "encher chouriços" e cumprir calendário, ou fartaram-se de mim ou então, a justificação que me parece mais plausível, anda tudo a comer produtos com "bifidus activus" e gostam. Os iogurtes até se comem bem... mas não quero voltar a discutir as suas supostas propriedades curandeiras porque senão caem-me todos em cima (salvo seja).

Com isto tudo perdi muita vontade de escrever o que quer que seja, ganhei medo. Ganhei medo porque as únicas ideias que tenho estão relacionadas com os últimos acontecimentos na Amadora. Acabaria por escrever aqui, muito do que penso sobre certa gente e seria acusado de certas coisas infudamentadas. E discutir algumas ideias que, por certas vezes, coincidem com alguns pontos de poucas doutrinas políticas, que por si tendem a preservar a integridade da Nação, algo que é nosso, para depois ser críticado sem qualquer alicerce de senso... ("Este jogador joga no Benfica então não presta!" Mas se o mesmo jogador jogar na selecção, sem olhar que equipa representa quando joga no campeonato, e fizer um bom jogo, "é um excelente jogador, tem uma óptima visão de jogo!". Às vezes é importante não dizer a que equipa se dá crédito).

Há que decidir de que lado se está sem ligar a nomes envoltos em preconceitos: se do lado do malandro do polícia que alvejou o coitado que só fazia uns Unos para andar nos rallies com os amigos e que, por acaso, naquele dia também levou sem querer o dinheiro em caixa de uma farmácia, se do lado do pobre moço de Cabo Verde (enorme coincidência estar evadido do Vale de Judeus onde cumpria pena por homicídio, roubo e tráfico de droga. Tudo coisas que os jornais fascistas inventam) que, distraidamente e sem qualquer má intensão, disparou 22 tiros, com uma arma de guerra, sobre o corpo de um polícia intrometido, que, digasse a bom da verdade, certamente era racista.
Um opinião não pode mudar consoante as notícias do telejornal: se dá uma notícia em que os bandidos fazem mal, revoltam-se contra eles; se logo a seguir mostram uma manisfestação de emigrantes que estão ilegais e que querem a "papelada" toda, dizem que se mandassem "nisto" esta gente tinha tudo em ordem - "é gente que quer trabalhar e não são como os calões dos portugueses".

Por isso, e mudando radicalmente de assunto (diria mesmo, dando uma volta de 360 graus), vou descrever um poucos os brasileiros que imundam em vagas e que submergem o litoral deste país, que em tempos também ele os colonizou.

Quem não anda só de carro e não entra e sai num condomínio fechado já deve ter notado, por certo, que existem pontos do país que estão repletos de gente do Brasil (aqui abro um pequeno à parte, nem todo o brasileiro é da mesma jaez: uns não querem vir para cá, outros vêm ou querem vir e não podem (estes últimos também não muito apreciados no seu país de origem)). Esses pontos de concentração excessiva (embora para mim, a partir de 1 já é excessivo mas, para este caso, digamos que são bastantes, ou seja, propoções que chegam aos 25 para 1 português) coincidem com pontos geográficos com particularidades interessantes e, que de certa forma, lhes lembrem a sua terra natal (aqui estou a mentir, porque a terra deles é lá no meio do mato, mas para facilitar a conversa temos que arranjar algumas desculpas falaciosos). Claro que me refiro a zonas de praia tais como a Ericeira, a linha Cascais/Estoril, a Costa da Caparica entre muitas outras (estes são os confirmados por mim e por mais uns amigos que de certo já abanaram a cabeça de forma afirmativa).

Claro que nesta altura já há quem diga "eh pah não digas isso porque vêm para cá brasileiras muita boas" mas, como diria o meu amigo Marcos, o Nazareno, (nome fictício e sem querer levantar ciúmes a certos pardais com a mania que são pavões (conjectura completamente arquitectada por um devaneio delirante que me deu, embora haja sempre quem se acuse nestes casos)) e utilizando aqui na integra as suas palavras - Toma lá cuidado que isso é gado bravo. Geralmente são vistas com a cara encoberta em reportagens sobre acções da PJ em Bragança, ou em "reportagens especiais" da TVI no mesmo local, semanas antes. Claro que isto vai gerar muita discussão com gente que vê muitas telenovelas (ia perder muito tempo a explicar que essas brasileiras têm nomes holandeses ou italianos e que não querem vir para cá) e que quando vai ao Conde Redondo fica empolgadíssima de ver tanta "gaja boa" e "mu'herão de perna rija".

É que depois, para além do já referenciado muito vagamente no início (aquilo dos três polícias baleados mortalmente nesses cóis... ou não cheguei a dizer?), acontecem cenas como esta: estava eu e mais o sôr Lampreia (este talvez seja o único nome totalmente ilusório em todo o blog e só a pessoa em causa saberá quem é) na Praia do Alvor quando fomos importunados por uma sombra. "Hey cara, vai umá peladjinha nóis trêiz?". Foi criado assim o mito do "Jerrrsón" (tirar fluxão das mucosas quando se pronunciar o "r"). Jerson dos Santos Salvador Jesus de seu nome, ou qualquer outra combinação de nomes, em que o primeiro é bizarro e os outros de uma espantosa religiosidade extrema, embora grande parte desta gente sejam grandes pecadores. Lá estava ele, de bermudas às riscas amarelas e pretas que cobriam metade das canelas, com um fio d'ouro e com um crucifixo ao petio com a imagem dO "JC", andar com estilismo que lhe conferia um movimento, semelhante ao de um peru, ao pescoço, e com aquela cabeça de "Jerrrson" (é um paradígma com alguma reciprocidade). Ainda a lutar contra a moleza característica de quem está de férias, com ar de quem acabou de acordar de forma não natural, de quem ainda tenta entrar na realidade que se lhe apresenta e enquanto se tentava discernir a silhueta que ocultava o Sol de forma provocadoramente descontraída, respondeu-se - "Pah... nós é mê'mo só raquetes" (a 25 metros de distância um do outro e atirando a bola com a maior das nossas forças (diga-se que três toques seguidos, a contar com o de serviço, era um resultado bastante positivo e estimulante), já que "temos" que jogar (dois rapazes numa praia a "brincar" com raquetes é algo que não constroi a personalidade de um macho), que seja à homem. Também jogámos à bola (todos contra todos, ou seja, eu contra ele) à C+S de Paço d'Arcos com muita regra de duração flutuante, geralmente a favor de quem as recitava ("agora os golos só valem se forem marcados por detrás da baliza senão é autogolo, não sabias? Mas eu já tinha dito..." logo a seguir a termos sofrido um golo, "agora quando se tira a bola tem que se ir a correr ao meio campo" depois de ter ficado sem a bola e apontando ao equivalente ao meio campo de um campo de futebol de 11, para mero exemplo)) enquanto tentávamos encobrir o "Wiiilson" (o "son" é a para ser dito com uma velocidade superior em relação à outra sílaba, embora ambas sejam ditas muito depressa e em voz esganiçada) por entre as poucas toalhas (tenho que arranjar maneira de não escrever mais de metade do blog entre parêntesis, isto assim distrai e quebra o raciocínio do leitor). Outros quaisquer teriam cedido logo à interrogação imperativa do invasor. Noutras ocasiões em tempos seguintes, enquanto estávamos a fazer a ronda na praia (sempre de forma divertida (jamais alegre!) e diferente do normal... corríamos em passo acelerado e quando estávamos cansados iniciávamos um sprint como se fosse pela própria vida até à completa exastão e só aí mergulhávamos, num último suspiro, dentro de água. Para além de, por várias vezes, me ter faltado o oxigénio à cabeça aquando dentro de água e de, à noite, nos ajudar a adormecer muito depressa, estas atitudes provaram, mais uma vez, que a nossa sanidade mental, minha e a dos meus grandes amigos, não está de todo calibrada devidamente), visto várias vezes a chatear outros banhistas... haviam de ver o ar de frete com que aquelas pobres criaturas passavam a bola ao Jerrrrsón, para este dar mais uns toques e mostrar que é "craque" e que no Brasil "éki si jóg'à ból-há".

E se a medonha criatura se cruzava com o o sotôr Mario Soares, frequentador de uma praia vizinha, como seria? Também a notável figura nacional tinha que dar uns toques na bola para saciar o ignorante indivíduo e evitar acusações xenófobas e racistas e provocar um compremetedor desentendimento internacional?

Pronto... com sorte talvez o nunca faccioso SOSracismo mande cancelar a minha página pelos seus conteúdos gritantemente ofensivos a uma minoria étnica desfavorecida.
Ainda não falei dos romenos?