segunda-feira, janeiro 01, 2007

Persona Mundu

Perguntei-me a mim mesmo várias vezes e ao longo de uma ternidade (só não foi durante uma eternidade porque não sou eterno, logo foi durante uma ternidade, não tenho culpa que os dicionários ainda não tenham a palavra), qual será o homem mais culto do Mundo? Que entidade terá um tão vasto e profundo conhecimento das coisas e do Universo que lhe confira este título?

Pois bem, se vos inquieta a mesma dúvida, não se chaguem mais na busca da resposta... só pode ser um o escolhido: Eládio Clímaco

Este homem narrou tantas horas de documentários televisivos que seriam precisas duas vidas inteiras para os conseguir ver a todos de seguida. Tem uma sapiência tal que nem o mais instruído e marrão dos catedráticos o poderia superar.
É poético o contraste entre a violência visual explícita do festim sexual de uma numerosa "sociedade" de Bonobos com a delicadeza e romantismo do discurso do orador.

Chamo-lhe homem no sentido figurativo porque está muito para além disso, é um cavalheiro à antiga, de uma extrema cortesia e educação. Quem nunca se inspirou na sua galante lábia para abordar a elegida? Eu já e nunca resultou...


Mas ainda há uma arma secreta para arrasar a concorrência (os que arrumam livros nas bibliotecas ou os tipógrafos podem ser um exemplo válido). Um trunfo com poder de fogo inigualável, o Eládio Clímaco possui um curriculum invejável (diria mesmo inalcançável) de anos a apresentar os Jogos Sem Fronteiras.

Que saudades de ter a família toda reunida a assistir aos Jogos Sem Fronteiras que até tinham direito ao Hino da Eurovisão?

Momentos de pura magia e arte vinham daquela caixa que naquela altura ainda transmitia (apesar da "culpa" ser do tuvisor) a preto e branco em muitos lares portugueses...

Isto da televisão a preto e branco tem várias implicações: a mais óbvia é que sou um ser já meio antigo e datado a ponto de ainda ser do tempo da televisão a preto e branco (é uma Era perigosamente perto da Era pré-electricidade) e a menos proeminente (porque muitas vezes não se dava por isso) era estarmos a torcer pelos espanhóis e a festejar quando um português se escalavrava todo nas bordas de uma piscina convencidos que estávamos que era de um espanhol que se tratava.

Mesmo assim Portugal é o segundo país com mais vitórias nos Jogos Sem Fronteiras com 5, precedidos da Alemanha com 6. Os espanhóis, até mesmo com alguns portugueses a torcer por eles, apenas conseguiram uma vitória. E depois Espanha é mais desenvolvida que Portugal... haja paciência.

Lembro-me do nome dos Juízes Internacionais, o Gennaro Olivieri e o Guido Pancaldi, mas não me lembro do "homem do apito": "Atoncion! Demi, pré?" e o homem lá dava início à prova.


Claro está que ser o mais culto do Mundo não faz dele o mais respeitado e admirado do Mundo. Refiro ao nosso tão querido Júlio Isidro. E digo nosso porque todos nós temos um cantinho especial no nosso coração guardado para o Júlio Isidro (desde que descobri que ele é meu vizinho em Almoster que vou para lá sempre com a esperança de me encontrar com Sua Magnanimidade).

Se houvesse um combate entre o Júlio Isidro e Eládio Clímaco, apostaria toda a minha fortuna no primeiro... o juiz desta partida única seria certamente o Nicolau Breyner e a menina da placa com o número do round só poderia ser a grande Rosa Mota. E digo única não só pela singularidade dos atletas de elite em causa, mas por ser um combate até à morte, como os gladiadores no Circus Maximus. Não pela mera crueldade do espectáculo, mas por imposição da lei da sobrevivência imposta pela cruel Natureza. A Terra é pequena para a coexistência destes dois titãs.

O hino de entrada na arena ainda não está dado como certo, mas possivelmente será um épico do Avô Cantigas ou dos compositores da música da Rua Sésamo.

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