domingo, julho 22, 2007

Júlio Universal

Neste momento, que me julgo acordado, apercebo-me que dificilmente serei um pescador numa sociedade tão saudável e magnífica como a visualizada no meu sonho.

Não é por isso que se deve deixar de sonhar.

Cá para mim (podia ter dito só "Para mim", mas assim a coisa soa com mais confiança e certeza no que se diz), qualidade de vida podia muito bem ser estar numa marquise a comer caju e a beber laranjada do lídl (daquela que nos deixa a boca em sangue de tantas aftas e outras maleitas nas gengivas e céu da boca), sentado, só em cueca larga para deixar os colhoates à vontade, de janela aberta para entrar ar f'esquinho e a ouvir Júlio Iglesias num aparelhame estéreo hifi com duplo deck para cassetes.


Tenho grande parte da discografia dele e cada vez sou um fã maior (fonte segura informou-me que ele, em pleno concerto, dá beijos na boca das bailarinas, todas elas novas e bem parecidas). Ao ouvir a bela música do Júlio Iglesias, encara-se a vida com alegria, confiança e paixão.
Ele é o amante universal.


O Grande Júlio Iglesias.


Que belo que é. Parece que se está de férias no sul de Espanha num hotel de duas estrelas e meia, melhor que muitos de 5. Em regime de meia pensão, com bailarico no pátio da piscina pela noite dentro, nada nos falta . Às vezes chega a ser dez e meia da noite e ainda há lá gente a dançar. Senhoras lindas e bem arranjadas, que é como quem diz pensionistas cujo perfume é laca para o cabelo e que dançam juntas. Aqui, nestas festas espanholas, não há bêbados a dançar sozinhos nem "quermesse" de rifas, os homens não saem é das cadeiras para não perderem o lugar na "esplanada". Mesmo assim não é um pezinho de dança que vai matar alguém. Não há sitio melhor para o fazer que o baile de S. João que se dá todos os anos na Trafaria. A música é bastante agradável e de tanto dançar tenho que ajeitar as calças para dentro das meias.



Toda esta sensação e estado de espírito são sentidos só a ouvir o Júlio, mesmo estando num T0 na Costa da Caparica, num prédio com vista para o mar. Para sermos rigorosos, a praia só se avista do terraço do prédio e o apartamento em questão está voltada para o terminal da rodoviária na Torre das Argolas.
Na altura da compra era bem mais em conta e o que importa é ter uma casa de férias ao pé do mar para se repousar um bocado.

Mas não é só de inércia que se faz o descanso, é necessário um pouco de exercício às vezes para arrebitar a molécula. Caribe Mix nos fones com o walkman (ainda sou do tempo em que a cassete portátil era uma modernice, agora um radio cassete portátil com MP3 seria o exponente máximo da tecnologia) atado ao braço, téni (escrito no singular está bem) Sport com meia branca até ao joelho (não é preciso ter raquetes desenhadas, meia branca já é à desportista o suficiente), t-shirt de manga cava com publicidade a um qualquer evento desportivo da década de 80, metida para dentro do fato de banho slip com padrão tigrado em verde e roxo, óculos escuros espelhados para a neve e uma pala para o sol para a moleirinha continuar exposta ao astro divino. Isto tudo para correr num parque de estacionamento ou no terminal das camionetas. Para a marginal de Belém é preciso atravessar o rio e tem muita gente para se estar a treinar à vontade.


Tecnologia de ponta.

Um moderno relógio digital Seiko é indispensável para contar o incontável quando se corre pelo asfalto fora.


O relógio digital Seiko usado nos treinos.

Duas vezes por semana apanho a carreira, com escala no Pragal, para Covas de Coina para ver bom futebol.


Carreira que parte da Torre das Argolas com destino ao Pragal.

Admirar a ascensão do "Profeta do Esférico" como é conhecido o Márinho, a estrela do Grupo Desportivo Das Covas De Coina.

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