sexta-feira, janeiro 09, 2009

Wampir Upir

Hoje fui, como se costuma dizer, fazer análises.
Conscientemente, já não me tiravam sangue há uns bons anos. Inconscientemente nada posso afirmar. O que é certo é que, duas a três vezes por mês, durante a noite, sou visitado por uns anões cinzentos muito cabeçudos. Observam-me estáticos aos pés da cama e, enquanto isso, fico com as acções musculares entorpecidas. Sinto-me a pairar no ar e a atravessar as janelas em direcção a um prato luminoso que paira em frente ao meu quarto. O que me fazem ao certo não sei, só sei que tenho uma antena que por vezes, quando menos se espera e em momentos inoportunos, se estende para transmitir um qualquer sinal.

Já ontem tinha tentado ir fazer as ditas análises mas, como já tinham passados 3 minutos para lá do horário de recolha, não fui atendido. Hoje codilhei-lhes as voltas e cheguei 3 minutos antes da hora do fecho do estabelecimento.

Tive que largar 20 €uros para me sugarem sangue. Este dinheiro todo para ver o vampiro do enfermeiro a encher um copo de três com o meu sangue para desembuchar os dois rissóis de peixe que estavam num pires em cima da bancada. Como é que eu sei que eram rissóis de peixe? Se o morcego estava a beber o meu sangue para não ter que pagar vinho, pela certa também não iria abrir a carteira para comprar camarão.

Pelo aspecto do meu sangue, já o devia ter mudado aos 25 anos. Estava muito escuro e queimado. Às tantas é este o aspecto que o sangue de primeira deve ter: concentrado e enriquecido para garantir melhores performances.

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