domingo, setembro 06, 2009

Aritmética Rodoviária

Cenário:
Viagem numa autoestrada com curvas pouco acentuadas e longas rectas, percurso com perto de 150km com partida às 23.30 após um jantar carregado, não há rádio no carro.

Condutor: eu.
Pendura: pai.
Pendura de reserva: mãe.

Tese 1:
Dado o cenário apresentado, ir entre os 110 e os 120 km/h e ir falando para evitar a monotonia e a sonolência, é a melhor opção. Encurta-se ligeiramente o tempo e o enfado da viagem.

Tese 2:
Ir a 90 km/h, em silêncio para se estar mais concentrado na condução. Poupando-nos assim a despistes incontroláveis, fruto da distracção, que só irão dimanar um número de mortes tão grande que nem o vão conseguir quantificar. Para além do mais, o traço dos 110 km/h, apesar de estar entre os 90 e os 130, está mais perto dos 170 km/h do que se julga. Quem paga as multas é o condutor.

Mesmo eu dizendo, sabendo por experiência própria de muitas aulas assistidas de barriga cheia, que quanto maior a concentração, maior o passo na espiral cónica que nos aspira irreversivelmente para o sono profundo que nem um narcótico pesado.

Problema:
Para provar que alguém tem razão, é necessário um acidente rodoviário suportando irrefutavelmente uma das teses.

Pergunto-me agora, qual será a opinião do estimado leitor, e presumo que raro que nem um hipopótamo anão, tem sobre este assunto?

Infelizmente falseei os resultados dopando-me com quase uma garrafa de 2 litros de refrigerante gaseificado de extractos vegetais, aromatizantes (incluindo cafeína) e corante caramelo E-190d. Não foi possível tirar qualquer conclusão e a experiência acabou por ser invalidada.

Eu sei que o meu pai faz de propósito e o propósito, passo a redundância, é só um: que eu saia de casa. Já tenho idade para sair da casa dele, mesmo sabendo que ele não é auto-suficiente numa infinidade de actividades.

1 comentário:

JPS disse...

Este é um bom exemplo de "overkill" da parte dos progenitores que infelizmente teria precisamente o efeito contrário ao desejado, não fosses tu o valente que és. Como recompensa para este nível de confiança, deverias ter solto o esfíncter durante a viagem toda e dito que, apesar de não o parecer, é tal soltura que os estaria a salvar a vida.
Genial como sempre Já estava com saudades da tua verborreia mental, caro colega!

Abraços
| 09.09.09 - 9:36 pm | #