terça-feira, dezembro 02, 2003

Acabei por não escrever mais nada ontem...

Hoje vou ao baeta. Para além de ser o local onde se corta o cabelo, também é um centro noticioso e de informação regional. Dependendo da aparência do cliente a ser atendido, ouvem-se grandes palestras sobre assuntos muito variados: o baeta encarna comentadores desportivos (o seu modo de pensar é baseado no que ouve aos Domingos de manhã na "reunião" à porta do estádio do seu clube. Para prevenir a escassez de clientes, nenhum baeta é do Porto), analistas de cenários de guerra ("O culpado disto tudo (repare-se na absoluta certeza) é dos espanhóis... eles pescam nas águas marroquinas e oprimem os árabes. Eles chateiam-se e mandam aviões contra as torres. Depois têm que ser invadidos claro está. São torcidos... só estão bem em guerra e a levar nos cornos."), psicólogo e confidente ("O meu amigo amigo pense bem no que está a fazer... não destrua a sua vida... eu sei que a outra tem mamas maiores, mas a sua mulher apesar de velha é rica... deixe-a morrer primeiro... se for preciso depois toma o viagra, homem!"), em casos mais extremos tem que passar por conselheiro espiritual ou mesmo exorcista ("Eu sei... a patroa lá em casa também era assim... tinha o belzebu no corpo era o que era! Mas foi remédio santo! Apanhei-a em casa sózinha sem os putos, que estavam com a avó em Linda-a-Velha, aproveitei o facto do nosso Benfica ter perdido e a arreei-lhe forte e feio, pronto! Acabaram-se as complicações... anda calminha e está sempre na cozinha sem chatear ninguém.").

Tem que estar sempre bem disposto com piadas "modernas", que embora sejam um tanto repetitivas, podem ser "aplicadas" em todas as faixas etárias - "Vamos com calma que eu estou com pressa", para dar um pequeno exemplo.

Lembro-me quando era mais novo ouvia a minha mãe dizer "Já tens 4 anos! Já és um homenzinho! Já não podes ter medo (eu não tinha medo... não curtia era quando ele me dobrava as orelhas todas ou me penteava por cima delas com aquele pente que me fatiava as cartilagens) do cabeleireiro" (as senhoras não gostam muito do másculo termo "baeta" ou "barbeiro"). Ainda hoje oiço essa lenga-lenga, mas como chatagem... "Já tens 20 anos já tens idade para [escolher uma das seguintes tarefas] :
a) Fazer a cama
b) Limpar o pó
c) Aspirar a casa
d) Ir não sei aonde buscar batatas porque as merceeirias da zona estão todas fechadas
e) ...

Qualquer dia arranjas uma rapariga e como é? Achas que elas querem rapazes que não trabalhem?". Quer faça as coisas quer não, há sempre qualquer coisa que falha... Era mais fácil pedir directamente e avaliar a minha disposição consoante a forma como fugia à questão.



Os meus colegas amigos dizem que as "amigas" gostam de rapazes com cabelo assim como eu tenho (à cão :o) ) porque é como os "coninhas" (palavras deles, não minhas)com graveto têm... também reconheço que com esta medida de cabelo posso fazer headbanging (para quem não sabe é "abanar" a cabeça ao som do purificador metal sem ficarmos tontos, fazer tipo hélice com o cabelo é o mais fixe, sem algum cabelo e sem muita prática para não lixarmos o pescoço todo, não dá....) com uns efeitos fixes no cabelo. E ainda por cima está frio... vou tirar o meu gorro natural. Também não devo levar nenhuma carecada. Depende muito das vezes que o baeta se engana a cortar e que tem que equilibrar do outro lado.

Logo se vê.


PS: Meti música aqui no blog. Fica muito pesado/demora muito tempo a carregar? A música "come-se"?

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