quarta-feira, dezembro 17, 2003

O Teste de AED

Tal como tinha referenciado num post anterior, que devem ler a seguir porque ele aparece depois, fiz um mini-teste de Algoritmos e Estruturas de Dados. É uma disciplina de programação, mas nos testes tem que se fazer puzzles lógicos munidos de uma certa irracionalidade.
Até estudei relativamente bem para este mini-teste (a sala de estudo parecia uma estufa de doenças infecto-contagiosas... pus-me a ouvir música (Rádio Renascença ou a "Nosss-tal-giiaaa...hum-humm") numa telefonia que me saiu nos iogurtes (tive que comer 8 iogurtes, com prazo apertado, de penalty. Telefonia essa que rápidamente transformei em brinquedo... aquilo tem uma mini-lanterna ninja), fechados os olhos, tentei imaginar que estava numa ilha tropical sem as vacinas em dia... estou constipado e, cada vez que me assoo (esta tive que ir ver como se escrevia), o lenço fica cheio de vurmo amarelo).

Mas assim que cheguei ao teste, e constatei que quem estava na fila da frente com a minha versão (esqueceu-me de dizer que era de escolha múltipla, 4 versões diferentes, em que as respostas eram para se pôr na face do enunciado), estava a deliciar-se com a com a sua resolução e a pôr as respostas com uma garra de fadista, rapidamente percebi que metia dó não aproveitar esta pequena dádiva ("Oh meu amigo... vamos a isso").

Entrei em sintonia com, o agora, meu "companheiro" (salvo seja). Esta harmonia por nós criada, só era destabilizada quando o cabeçudo que estava mesmo à minha frente se endireitava e me tapava a visão com os seus estrondosos "orelhames". Era o meu amigo a fazer "desenhos" necessários à resolução do teste e eu a contar pelos dedos e a olhar para o horizonte numa tentativa engenhosa de iludir o professor que estava a assistir à nossa prova. Contei até 7, parei com um sorriso, dei um estalido com os dedos e fiz um movimento enérgico com a mão com o indicador esticado (simulando a forma mímica de "Eureka"), olhei para a folha do outro e escrevi B na minha folha de teste (7 <--> B ... é tudo igual). Para as seguintes e restantes 4 perguntas, utilizei outras técnicas da mesma arte, em vez de contar pelos dedos batia com a caneta na bochecha enquanto olhava novamente para o horizonte. Tal meditação era interrompida com um safanão da cabeça em forma de "Ah-Ah!". Joguei ao jogo do galo sózinho como forma de cálculo (devo-me ter enganado a meio, porque foi nesta que "errei" a resposta). Na quarta pergunta tentei usar uma técnica nova à minha pessoa, chegar à conclusão através da combinação de letras na frase do enunciado, o que se revelou uma técnica que gera muita areia para a minha humilde camionete de vidente (só sei ler nas entranhas de focas albinas). Por último utilizei uma técnica anciã a todos nós... tentar descubrir algum padrão nas respostas dadas (a quinta opção que podemos pôr, "Nenhuma das anteriores", é que estraga tudo...). Foi aqui o único momento que tive que discordar com o meu colega... não é que a resposta A e a B começavam as duas da mesma maneira e o gajo foi-me escolher a D? Com certeza que a C e a D estão lá para nos enganar... tinha que ser uma destas primeiras! Para saber qual, bastava ver qual era o fim que se repetia mais vezes, para que é que ele se pôs a inventar? Para o meio é que era mais difícil, eram todos diferentes, mas se já temos o princípio e o fim para quê complicar? Quando tínhamos que ler um livro (funcionava em especial no secundário), sobre o qual era preciso fazer um trabalho, não nos bastava apenas ler o resumo da capa (neste caso não havia), o princípio e o fim? O resto com toda a certeza que é palha... então não é? A sorte dele é que já sei o resultado (meteram na internet às 3 da manhã, apenas vi no dia a seguir... não sou doente) e ele estava certo...

P.S.: Apre! Hoje estou farto de escrever... e ainda tenho outra cena para escrever que se passou no "tó" (autocarro), a qual alguns leitores irão achar uma certa piada quando lerem o meu relato.

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